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Mais de 35 milhões de brasileiros são invisíveis aos serviços financeiros

Estudo da Serasa Experian aponta que mais de 20% da população adulta não apresenta indícios de presença em movimentações de crédito ou consumo

Mais de 35 milhões de brasileiros, ou o equivalente a 21,7% da população adulta do país, se encontram sem registros financeiros, não possuindo contas de consumo, financiamentos, empréstimos ou faturas de cartão de crédito registrados em seu CPF e nem mesmo estão no Cadastro Positivo. A informação faz parte de estudo divulgado pela Serasa Experian, apontando para os chamados “thin files” ou literalmente “pessoas sem informação de crédito”, geralmente indivíduos que não usam o recurso regularmente e, portanto, não têm nenhuma atividade recente em seu histórico, bem como jovens que ainda não iniciaram sua vida financeira e não possuem encargos.

De acordo com o levantamento, apesar de pouca informação, essas pessoas não estão fora dos serviços financeiros por conta de falta de pagamento de eventuais dívidas. Oito em cada 10, ou mais precisamente 80,5%, das pessoas sem informação de crédito, não são negativados. Mesmo assim, como o mercado acaba tendo pouca ou nenhuma informação sobre o histórico da pessoa, este cenário pode impactar negativamente seu score de crédito, que é uma pontuação relevante para se obter a aprovação para empréstimos, cartões de crédito e outros serviços não só financeiros, mas também como telefonia, internet etc.

Ainda na análise nacional, o levantamento também traz o recorte por idade, que mostra que a maior parte dos “thin files” (19,5%) têm entre 21 e 30 anos, seguidos por brasileiros dos 18 a 20 anos (15,3%). A menor parcela de pessoas sem registros financeiros são aqueles entre 61 e 70 anos (8,5%). Em relação à renda dessas pessoas, a maioria ganha entre 0 e 1 salário-mínimo (77,14%) e menos de 1% recebe mais de 4 salários-mínimos.

“Nem sempre estar invisível ao crédito significa que a pessoa não é boa pagadora. Muitas vezes, podem não ter registros financeiros por optarem pagar à vista ou por terem suas principais contas em nomes de familiares, por exemplo. O problema é que se essas pessoas poderão ter dificuldade de acessarem o crédito ou mesmo quando conseguem, encontram limites mais baixos e taxas de juros mais elevadas, pois o mercado ainda não conhece seu comportamento financeiro”, explicou Roger Cruz, head de sustentabilidade da Serasa Experian.

Concentração no Sudeste

De acordo com o executivo, “a necessidade de acesso a crédito é entendida comumente como amparo para situações emergenciais ou mesmo indisciplina com as contas, mas é importante conscientizar os brasileiros sobre o crédito como uma medida de inclusão financeira. O acesso a crédito pode abrir portas para realização dos sonhos como estudar, adquirir casa própria, empreender, fazer uma viagem, ou até cuidar da saúde”. Segundo ele, os estados de São Paulo (19,4%), Minas Gerais (10%) e Rio de Janeiro (8,3%) lideraram o ranking com a maior participação de Thin Files, ou pessoas sem registros financeiros. Os estados do Acre (0,5%), Amapá (0,4%) e Roraima (0,3%) tiveram a menor participação.

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