A pandemia gerou não só mudanças no comportamento do consumidor como também no seu poder de compra. É o que revela a dunnhumby, que analisa dados de mais de 1 bilhão de shoppers ao redor do mundo, para entender os hábitos dos consumidores durante a pandemia da Covid-19 no mundo e seus impactos no varejo. A pesquisa, realizada em três etapas desde o início da pandemia, envolveu 19 países.
Na primeira onda do estudo, realizada no fim de março, os dados apontaram que 68% das pessoas consideravam que as suas finanças pessoais estavam em mau estado. Foi percebida também uma mudança na forma com que as pessoas encaravam as compras em supermercados, já que os dados recentes do estudo apontam uma mudança nos hábitos à medida que os casos se espalharam no Brasil e no mundo. Nesse mesmo período, 87% das pessoas apontaram que estavam comprando apenas o necessário. Os hábitos de consumo foram mudando com o tempo e o brasileiro tem apostado mais na variedade à mesa. Um total de 37% passou a comprar itens alimentícios diferentes do que costumavam comprar antes da pandemia, enquanto a média global ficou em 27%.
Ao redor do mundo, os consumidores vêm adotando estratégias para lidar com as mudanças provocadas pela pandemia. No Brasil comportamentos como fazer mais refeições em casa, gastar mais por viagens ao supermercado e comprar produtos mais baratos seguem no dia a dia do consumidor, assim como nos demais países.
Foi percebida ainda uma mudança significativa entre a primeira onda do estudo – fim de abril – para a última – fim de maio – em relação ao comportamento de compra. Hoje, o brasileiro está retomando aos poucos a frequência de compras e visitas ao supermercado conforme o índice de preocupação diminui. Porém, os últimos dados do estudo apontam que 40% da população brasileira segue comprando fora do ambiente físico das lojas, tendência que se manteve estável desde a primeira leva dos levantamentos. Essa média é puxada pelos consumidores mais preocupados, dentre os quais 47% têm comprado fora das lojas físicas, enquanto o índice entre os menos preocupados fica em 33%.
A tendência de adoção crescente de consumo de alimentos de forma alternativa às lojas físicas se manteve estável durante todo o período analisado, com até 66% dos entrevistados brasileiros declarando estar aumentando o uso desses canais. A head da dunnhumby no Brasil, Flavia Villani, comenta ainda que, por aqui, o comportamento com relação aos canais de venda se destaca no cenário global. Diferentemente de outros lugares no mundo, onde as pequenas lojas e mercearias foram muito beneficiadas, no Brasil os hipermercados foram o que mais se destacaram e têm sido a principal escolha dos consumidores.