Pesquisa da Away sobre a open everything mostra que demanda por mais transparência e compreensão sobre o uso dos dados e preocupação com os crescentes crimes cibernéticos
Mais da metade dos líderes de TI, arquitetos e desenvolvedores em estratégias digitais consideram que, levando em conta o open health, os provedores de saúde deveriam compartilhar informações entre si para que todos tenham as informações mais coesas e atualizadas sobre os pacientes. Já no que tange ao open banking, o número deles que veem o movimento de maneira positiva cresceu de 79% em 2021, para 87% em 2023, enquanto sobre o armazenamento dos dados, 58% não sabem a localidade em que seus dados on-line são alocados, e 49% não se importam que eles estejam armazenados em outro país ou região, desde que estejam seguros. Esses são alguns dos dados extraídos da pesquisa sobre open everything – filosofia que defende a abertura e compartilhamento de dados em todos os segmentos – realizada pela Axway, especializada em integração B2B, gestão de API (Application Programming Interface) e MFT (Managed File Transfer), ao entrevistar mais de 1000 desses profissionais sobre sua realidade e suas percepções.
Open health: a integração de dados no setor da saúde para beneficiar os pacientes
De acordo com a “Pesquisa Open Everything Strategy 2022”, da Away, o impulso proporcionado pela tecnologia, que potencializa a colaboração entre stakeholders como médicos, planos de saúde, laboratórios e farmácia para um tratamento integral dos pacientes, trazido recentemente pelo Open Health, foi o novo tema da pesquisa da Axway este ano. O open health permite que os pacientes compartilhem suas informações médicas com facilidade e segurança com seus médicos e outros profissionais de saúde, garantindo a interoperabilidade entre os sistemas utilizados por eles.
Na pesquisa, 44% dos respondentes confiam que seus dados de saúde estão protegidos contra hackers, seguidos de 30% que afirmam não ter certeza e de 25% que não confiam. Além disso, 55% afirmam que preencheriam formulários médicos on-line ou em aplicativos, desde que saibam que são seguros, a fim de evitar a repetição no preenchimento a cada atendimento.
Falando do acesso a registros digitais de saúde, como exames de imagem e de laboratório e registros de vacinação, 47% disseram ter acesso adequado, mas 45% acreditam que poderiam ter mais. Nesse sentido, 56% acham que os provedores de saúde deveriam compartilhar informações entre si para que todos tenham as informações mais coesas e atualizadas sobre os pacientes. O compartilhamento do histórico médico entre os profissionais de saúde diferentes também foi abordado pela pesquisa, com 49% afirmando que nem sempre o compartilhamento do histórico médico entre profissionais de saúde é fácil.
Sobre o controle de quem tem acesso às informações de saúde, 46% acham que não têm controle sobre quem as vê. Em relação ao atendimento na farmácia, 45% classificam que o tempo de espera é bom, mas 43% acreditam que poderia melhorar, pois às vezes têm problemas. Ao responderem sobre autorizações prévias, 59% afirmam que atrasos já afetaram a qualidade do atendimento. Dentre as maneiras que os afetaram, quase 52% disseram que eles mesmos ou um membro da família ficaram com dor por mais tempo por não conseguirem o atendimento rapidamente, 40% relataram estresse excessivo causado pelo atraso e 32% que o quadro de saúde piorou por conta da espera.
O uso de aplicativos de saúde ou de plataformas on-line, como monitores de frequência cardíaca, de fertilidade e provedores de desconto em medicamentos prescritos já é adotado pela maioria, 56% dos respondentes. A maioria também afirma confiar na segurança das plataformas de saúde, com 69% que continuaram a usar um ou mais serviços digitais de saúde, sem preocupações com segurança ou privacidade. Por fim, a confiança nos serviços de saúde oferecidos por healthtechs e medtechs ainda divide opiniões: 37% confiam tanto nelas como em organizações tradicionais de saúde, 36% menos e 26% mais.
Open banking: perspectiva positiva em relação aos avanços do movimento
No open banking, o número de pessoas que veem o movimento de maneira positiva cresceu de 79% em 2021, para 87% em 2023. Além da facilidade que as transferências instantâneas trazem, novos dados foram coletados, como a preocupação com o impacto ambiental, que surge como fator primordial para que os entrevistados deem prioridade a esta modalidade: 73% preferem transferências instantâneas pela sua preocupação com a pegada de carbono, já que elas são ecologicamente menos impactantes.
O acesso ao banco de maneira digital também desponta, com cerca de 96% dos respondentes adeptos ao aplicativo do celular de seus bancos. Porém, ao responderem sobre aplicativos externos de serviços financeiros ou de controle de orçamento, somente 34% os utilizam.
Confiança e proteção a ataques digitais
A confiança em aplicativos de terceiros para controle financeiro é dividida, com quase 51% afirmando que não confiam e quase 49% dizendo confiar. 85% disseram que deixariam de usar aplicativos de terceiros caso eles fossem hackeados. Nesse sentido, a crescente sofisticação dos criminosos digitais é um grande ponto de atenção, com quase 70% dos entrevistados afirmando que estão muito preocupados. Apesar disso, 69% acreditam que seus bancos fazem o suficiente para educá-los sobre os diferentes tipos de fraudes financeiras, assim como evitá-las. Por outro lado, 94% gostariam de saber quais dados específicos as empresas coletaram sobre elas, e 58% afirmam que confiam que os aplicativos para celular protegem seus dados pessoais, além de que 88% concordam que confiariam mais neles se pudessem bloquear o acesso aos seus dados pessoais a qualquer momento. “Com estes resultados, fica evidente que, quanto mais informados sobre o uso de seus dados, maior a confiança do usuário nas plataformas digitais. Dar poder de escolha sobre quais dados, assim como informar melhor sobre a maneira que eles serão utilizados, são fatores que podem contribuir muito para que os níveis de confiança nas plataformas cresçam.”, comentou Claudio Maia, líder de open everything na Axway.
Em relação a ciberataques e violações de dados, 72% dos entrevistados confirmaram que a perspectiva sobre a reputação de uma empresa mudaria caso algum problema relacionado a isso viesse a acontecer. 67% deixariam de fazer negócios com uma empresa que revelasse ter sofrido algo similar, mas 76% voltariam caso a empresa confirmasse que o problema foi resolvido. Enquanto em relação ao tamanho das empresas de tecnologia, 37% dizem confiar de maneira praticamente igual tanto em Big Techs (como Google, Amazon e Apple) quanto em provedores independentes de software, seguido de 36% confiando mais nos provedores independentes do que em Big Techs, e 26% menos.
Armazenamento de dados e demanda por transparência
Sobre o armazenamento dos dados, 58% não sabem a localidade em que seus dados on-line são alocados, e 49% não se importam que eles estejam armazenados em outro país ou região, desde que estejam seguros. Violações que exploram softwares de transferência de arquivos e outros serviços B2B também são a preocupação de 55%, fazendo com que a mesma quantidade de respondentes confie menos na segurança dos dados armazenados em nuvem.
Quando o assunto é transparência, 57% dos respondentes não creem que as empresas sejam transparentes sobre como usam os dados coletados on-line. Ao mesmo tempo, 53% afirmam ter uma boa compreensão de como as empresas usam seus dados ao acessarem sites e baixarem aplicativos. Dentre as preocupações sobre o que os aplicativos podem aprender com o comportamento dos usuários, 65% estão apreensivos com o rastreamento da localização, seguidos por 59% com o histórico de navegação. Mesmo assim, quando perguntadas sobre o quanto vale dar às empresas acesso a dados pessoais para uma melhor experiência de usuário, as opiniões voltam a se dividir: quase 40% concordam parcialmente, quase 23% concordam plenamente e 21% não concordam nem discordam”.
Percepção sobre os avanços da tecnologia e IA
Sobre o uso de IA generativa, como ChatGPT e similares, as afirmações são divididas: um pouco mais de 50% afirmam ter experimentado, versus um pouco menos de 50% que ainda não testaram. No trabalho, somente 41% do total já utilizaram, contra 58% que ainda não. Em relação ao uso de chatbots com IA por empresas, o sentimento é positivo, com quase 37% expressando que o uso é positivo e 23% muito positivo.
Como nos anos anteriores em que a mesma questão foi feita, a preocupação com a lacuna de talentos no setor de tecnologia num futuro próximo persiste, mas passou de 86% em 2022 para quase 54% que afirmam ter esta apreensão. Abrindo o leque dentro desta questão, o temor de quase 53% dos entrevistados em 2023 é com a quantidade crescente de hackers, seguido de quase 52% estarem preocupados com a substituição das pessoas pelo uso de IA e 37% com os impactos econômicos resultantes.