Mesmo com leve melhora em relação a 2021, perspectiva atual ainda desanima consumidores
Levantamento realizado em âmbito nacional pela proScore, bureau de crédito e authority de Score, baseado no seu índice autoral DPC – que dimensiona o poder de compras do consumidor – demonstra que esse fator anda em baixa no Brasil. Embora tenha apresentado uma sutil melhora de 76% no primeiro trimestre de 2022, frente aos 86% de 2021, quando esse índice atingiu o menor percentual de liquidez para o período dos últimos quatro anos.
Da amostra trabalhada, a proScore apurou que a diferença para as pessoas ainda com capacidade de consumo para assumir novos compromissos financeiros foi concentrada em três faixas. Estas demonstram que, quanto mais elevado seu percentual, maior a capacidade de adquirir bens e serviços de maior valor. O resultado foi o seguinte: Faixa 1 de 10% (5,3%), Faixa 2 de 20% (8,8%) e Faixa 3 de 30% (9,9%).
“Diante desta constatação, justamente na semana do consumidor, quando naturalmente ocorre uma chuva de ações de marketing e promoções que buscam estimular as vendas, nem toda essa quantidade e diversidade de campanhas será capaz de animar os consumidores brasileiros”, analisou Mellissa Penteado, CEO da proScore.
Para ela, esse baixo percentual significa que ainda há um longo caminho a se percorrer frente a todos os esforços da retomada econômica. “Muitas lacunas monetárias como a falta de emprego e geração de renda e o aumento dos preços em diversos segmentos ao longo desses últimos 24 meses, infelizmente seguirão penalizando a circulação do dinheiro em si e comprometendo o poder de compra da população”.
Grau de endividamento
Outro índice apurado no estudo é o fator de endividamento potencial relativo que demonstrou uma tendência crescente de concentração do ticket médio de dívidas frente a geração de renda recorrente. Entre 2019 e 2020, momento pré e início da pandemia, tal fator indicava leve estabilidade, no entanto para 2021 houve um salto significativo de 28%, reforçado no levantamento de 2022.
“Semestralmente monitorado pela proScore, o DPC aponta o potencial da liquidez do brasileiro e, consequentemente, o comportamento do seu grau de endividamento, que vem aumentando muito como reflexo da pandemia, mesmo sustentado por auxílios governamentais emergenciais. Exemplo disso é que na amostra modelada comparativamente nos dois últimos períodos, 17% dos consumidores que estavam sem potencial de liquidez em 2021 reduziram sua concentração de endividamento em 2022, enquanto 6% aumentaram esse mesmo índice”, destacou Mellissa.