A indústria mudou, e hoje o empresário brasileiro enxerga a sustentabilidade como uma necessidade para os negócios, de acordo com a pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade, feita pela CNI, Confederação Nacional da Indústria, em parceria com o Instituto FSB Pesquisa. Para 39% dos entrevistados, a ausência de ações sustentáveis coloca em risco a sobrevivência da empresa e, para outros 18%, acarreta imagem negativa da corporação.
“A indústria mudou sua forma de produzir e pensar a produção. Muitas atividades impactam menos no meio ambiente hoje”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “O empresário tem uma noção clara de que a manutenção da empresa no médio e no longo prazo só se dará de forma sustentável. Mas a velocidade com que isso vai se processar depende de estímulos à inovação”, avisa.
Para 75% dos empresários entrevistados, os investimentos nessa área deverão crescer nos próximos dois anos, e 92% acreditam ser alto o impacto da sustentabilidade nas políticas de inovação. As soluções desenvolvidas e relatadas pelos empresários incluem, por exemplo, a criação de embalagens com menos plástico, uso de energia de biomassa, lâmpadas mais eficientes e técnicas para reduzir o consumo de água. Mas todas essas mudanças têm um preço. “A política sustentável já está no DNA das empresas que querem ampliar seu mercado, seja nacional ou internacionalmente. Agora, deve haver estímulo à inovação”, reforça a diretora de relações institucionais da CNI, Mônica Messenberg.
Ser sustentável, na avaliação de 69% dos executivos, representa custos adicionais e, para 30%, essa é a principal barreira para adoção de ações voltadas à conservação. Outros 27% apontam que o maior desafio é a falta de uma cultura sustentável. “A indústria precisa de uma política forte de incentivo à inovação e à sustentabilidade, inclusive como uma forma de garantir condições de competitividade”, destaca Mônica. “A mudança na forma de consumir é, sem dúvida, um aspecto decisivo para a sustentabilidade”, completa.