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Tendências de comportamento



A Ipsos lançou a 5ª onda do Observatório de Tendências, estudo que identifica e analisa movimentos e fenômenos observados em nível macroeconômico, político e social e seus reflexos no consumo, no comportamento, nas manifestações culturais, na arquitetura, na propaganda. Para entender o contexto de uma época veloz, difusa, multifocal e ambígua, o Observatório de Tendências Ipsos busca detectar e entender as aspirações humanas da sociedade pós-moderna e como essas motivações e desejos se refletem nos rituais de consumo. Conheça as sete tendências:

 

1. Go Bubbles

Tudo ao mesmo tempo e agora: a ideia tornou-se uma condição para quem quisesse pertencer ao mundo globalizado. A ausência de limites tinha sua contraposição. Se, por um lado, o indivíduo dispunha da possibilidade de acesso praticamente irrestrito às informações e contatos, por outro ele também tinha que estar disponível e atento a tudo para poder acompanhar esse novo ritmo. Logo os efeitos colaterais começaram a ser percebidos. A percepção de excesso, a sensação de sobrecarga dava sinais desde as primeiras ondas do Observatório. Como a globalização e a vida sem fronteiras de fato não se alcançou, o mood agora é considerar o mundo, mas não é necessário estar lá. Estar “conectado” não significa, necessariamente, estar ligado em tudo que acontece no mundo o tempo todo. Filtrar, selecionar e bloquear informações possibilitou limites.

 

2. HiperSense
O desejo pela intensidade, surpreender e ser surpreendido, arriscar-se, ousar, sair do lugar comum, fazer algo diferente – peculiaridades tipicamente humanas – foram aguçadas pelos efeitos de massificação e da pouca diferenciação da era global. Desde as primeiras ondas deste Observatório foram observadas diferentes formas de buscar uma emoção mais intensa: do desafio físico, que fazia subir a adrenalina nos esportes radicais, passando pelo exibicionismo, pelo voyeurismo até a invasão do fetichismo. Essas manifestações continuam, mas surgiram formas mais elaboradas de se fazer notar e de sentir. Muitas vezes associadas a mensagens edificantes: minar preconceitos, atenuar tabus, manifestar uma ideia… A ênfase agora está em despertar os sentidos de maneira inusitada, ilusionar, misturar, sobrepor os sentidos.

 

3. Venus Fever

A discussão sobre os papeis sociais tradicionais do homem e da mulher já não ocupa mais um papel relevante. Nota-se que a questão saiu do debate público e está mais evidente no âmbito privativo. Nas ondas anteriores, a mulher estava mais presa aos poderes que conquistou, enquanto o homem aparecia sem um papel muito definido. Neste momento fica evidente que há certa parceria e flexibilidade. Um caminho sem volta. A mulher não será mais a antiga “Amélia” e não se sente mais tão ameaçada pela perda das conquistas. Pode transitar mais naturalmente entre possibilidades: ora ocupando uma posição de maior liderança, ora compartilhando, e ora sentindo-se frágil e pedindo proteção ou até mesmo servindo ao marido e filhos. Da mesma forma, o homem é também mais livre para circular: mais sensível, vulnerável, parceiro, também pode ser mais viril, rústico.

 

4. Living Well

Bem estar é o foco dessa tendência. Na onda anterior já era observada a diminuição das cobranças e exigências sociais mais livres o que deu o tom do “bem estar possível”, com forte conexão extra-corpus. Hoje se identifica duas vertentes a partir de um conflito: Finitude ou Longevidade? “Tem que ser hoje, porque pode acabar amanhã. E tem que ser todo dia, porque pode durar 90 anos”. Diante dessa dicotomia evidencia por um lado forte valorização do momento presente. Cuidar de si é mais possível do que cuidar do planeta ou dos problemas de ordem mundial. Por outro lado, evidencia-se maior preocupação com o futuro, com manifestações de generosidade, de dedicação aos outros, de ajudar, contribuir. Afinal vamos viver muito.

 

5. ID Quest

Nas ondas anteriores do Observatório, a tendência revelava uma maior valorização da memória afetiva, dos registros pessoais e da busca por proteção nas redes de segurança tradicionais. Na atualidade tem importante destaque: buscar as raízes para saber quem eu sou – e eu sou um mosaico. Amigos pessoais são mais valorizados, mesmo que o contato com eles seja mais virtual do que físico. Momento de crise financeira também intensifica a necessidade de contatos mais sólidos e verdadeiros do que a ampla gama de desconhecidos. Sente-se também certo remorso, culpa por ter se distanciado durante certo tempo dos laços afetivos mais reais. São evidentes manifestações claras de busca afetiva, como design de época, objetos do passado, colecionismo em alta, remakes de filmes e peças de sucesso, renascimento das mascotes de marca e criação de novas, valorização das histórias de vida, os pets e a sedução pela eternidade.

 

6. My Way

A tendência apresentava-se em ascensão na onda anterior: a indústria a serviço da customização com possibilidades cada vez mais fáceis e acessíveis de se diferenciar; a indústria favorecendo a customização. Agora o foco passou a ser no indivíduo e em tudo que lhe agrada e singulariza. Não se quer apenas personalizar: somos autores-atores prontos para performar. Agora as manifestações de individualidade estão também expressas na relação com o outro, na co-autoria, nos processos de co-criation, na colaboração. O exercício da criatividade está na capacidade de transitar por vários estilos, atitudes e comportamentos. Ser único e ser múltiplo.

 

7. Know Your Rights

É a mais atual das tendências. Vem crescendo em cada onda do Observatório. Alicerçada no paradigma contemporâneo “consumir é existir”, com ramificações para o consumo crítico, ético e sofisticado, esta tendência agora dá sinais de fusão entre os eixos “crítico” e “ético”: repudia-se tanto o excesso do capitalismo e das grandes corporações quanto a forma de produção, e também não basta aderir a produtos éticos se o consumo for excessivo. Na vertente da sofisticação do consumo, notamos sinais do surgimento de novos significados para luxo: momento de maior moderação e controle, maior atenção ao que se mostra, ideia de excessos pode comprometer imagem pessoal. Marcas de luxo voltam-se para o core business em busca de segurança e manutenção das vendas.

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