Segmento prioriza investimentos em cibersegurança, indica pesquisa da Bip
Colocar o cliente no centro do negócio ainda é um desafio para a maioria dos varejistas no Brasil. A pesquisa Radar da Transformação Digital no Varejo – Brasil 2024, realizada pela consultoria internacional Bip, revela que 83% dos varejistas pesquisados ainda precisam aperfeiçoar essas estratégias. Entre os pesquisados, 70% pontuaram que os canais digitais da empresa não são intuitivos e até complicados de usar, enquanto 83% sinalizaram que precisam aprimorar o uso dos dados da jornada e do feedback dos clientes.
O levantamento foi realizado pela consultoria a partir de entrevistas com executivos das grandes companhias. Foram ouvidas as lideranças de 22 empresas de grande porte, com presença de mais de 10 anos no mercado. O estudo mapeou a maturidade do setor em relação a sete pilares da transformação digital: estratégia digital, experiência do consumidor, inovação, novas formas de trabalho, uso de dados, soluções digitais e cibersegurança.
Estratégia digital e inovação
Embora 80% dos entrevistados tenha o entendimento de que a transformação digital proporciona maior valor aos produtos, marcas e serviços da empresa, a grande maioria ainda deixa a desejar na implementação de estratégias e no uso de ferramentas digitais. Somente 30% dos varejistas participantes concordam que estimulam a cultura de inovação em todas as áreas da empresa e apenas 17% pontuaram que a colaboração digital é amplamente adotada no negócio.
O levantamento também identificou que a grande maioria dos varejistas não investe na capacitação dos colaboradores para a utilização das tecnologias digitais de forma eficaz. Um dos motivos que explica a baixa maturidade do setor de varejo nos pilares da transformação digital é o foco das empresas, em resultados de curto prazo e na abertura de lojas como caminhos únicos de receita e rentabilidade. “O estudo mostrou claramente que os varejistas do Brasil não estão explorando, na totalidade, os pilares da transformação digital para criar o conceito de empresas ambidestras e, assim, obter excelência na operação, com uso de dados, digitalização de processos e novas formas de trabalho. Para, preparar o futuro com foco na experiência do cliente, é necessário investir em inovação e aplicar as novas tecnologias para viabilizar novos modelos de negócio e desafiar o status quo”, analisou Ricardo Saravalle, head de varejo e bens de consumo da BIP.
Melhor resultado
As grandes companhias do varejo dedicam maior proporção dos investimentos em tecnologia em soluções de cibersegurança: 81% dos varejistas participantes do estudo sinalizaram que tem políticas de cibersegurança estabelecidas de maneira mais abrangente, enquanto 62% pontuaram que a empresa tem práticas, ferramentas e governança implementadas para as principais dimensões de segurança digital.