Embora os algoritmos sejam capazes de mapear padrões e tendências, apenas um ser humano pode captar nuances emocionais e criar uma conexão verdadeira
Autor: Leonardo Freitas
Não é de hoje que a tecnologia vem revolucionando o mercado de seguros. Ferramentas como inteligência artificial, automação e análise de dados permitem processos mais ágeis, avaliação de sinistros em tempo recorde e ofertas personalizadas. O que também vem transformando a experiência dos consumidores e facilitando a entrega de soluções mais rápidas e eficientes. E os impactos são claros, é possível ver maior agilidade nas contratações e nos pagamentos de indenizações. No entanto, por traz de toda essa revolução tecnológica, uma verdade prevalece: negócios são feitos de pessoas para pessoas.
Apesar da eficiência tecnológica, a personalização e o atendimento humanizado continuam sendo pilares essenciais no relacionamento com os clientes. Um estudo recente da McKinsey revelou que 71% dos consumidores esperam interações personalizadas e que 76% se decepcionam quando isso não acontece. No setor de seguros, no qual a confiança é crucial, essa expectativa é ainda maior.
A tecnologia é uma grande aliada ao oferecer recursos para compreender melhor o cliente. Sistemas avançados analisam perfis de consumo, histórico financeiro e comportamento digital, permitindo que as seguradoras identifiquem necessidades específicas e sugiram produtos adequados. Essa abordagem assertiva facilita a jornada de compra e ajuda a construir uma relação mais próxima e relevante. Entretanto, a personalização não se limita à oferta de produtos.
O atendimento ganha uma nova dimensão quando um profissional demonstra empatia, escuta ativa e preocupação genuína com o cliente. Embora os algoritmos sejam capazes de mapear padrões e tendências, apenas um ser humano pode captar nuances emocionais e criar uma conexão verdadeira. Um gesto simples, como perguntar “Como você está?” em um momento difícil, ou felicitar “Parabéns pelo seu filho”, em um momento de alegria, tem um impacto que nenhuma automação pode replicar.
A integração entre tecnologia e humanização também fortalece o processo de fidelização. A experiência do cliente não é apenas transacional, mas relacional. Ao combinar sistemas que antecipam necessidades com um atendimento caloroso e proativo, cria-se uma sensação de pertencimento e confiança que vai além do produto adquirido.
No mercado de seguros, essa fusão é particularmente importante, pois estamos lidando com um bem intangível, cuja relevância muitas vezes só se manifesta em momentos desafiadores da vida do cliente. Nesse contexto, a eficiência tecnológica deve caminhar ao lado de um atendimento sensível e personalizado.
O futuro do setor está no equilíbrio entre o digital e o humano. A tecnologia continuará sendo uma aliada indispensável para otimizar processos, analisar dados e ampliar o alcance das seguradoras. No entanto, o diferencial estará na capacidade de combinar esses avanços com um olhar humano, atento e empático.
O mercado já está avançando para um modelo cada vez mais integrado entre físico e digital, o que chamamos de “phigital”. Agora, o compromisso de oferecer soluções ágeis sem perder o contato humano será o verdadeiro diferencial nesse novo mundo. Porque, no fim das contas, negócios são feitos com tecnologia, mas conduzidos por pessoas, e a combinação perfeita entre o digital e o humano é o que define uma experiência memorável no setor de seguros. Afinal, em terra de robôs, quem tem coração é rei.
Leonardo Freitas é diretor comercial da Bradesco Seguros.