Pesquisa encomendada pelo Grupo QuintoAndar, mostra que preços e juros altos e falta de dinheiro para financiar estão entre principais entraves para aquisição
Metade dos jovens de 18 a 28 anos afirma que pretende comprar um imóvel. É o que revela a pesquisa “Retratos do morar”, realizada pela Ipsos-Ipec e encomendada pelo Grupo QuintoAndar. Trata-se de um percentual maior que a média nacional (41%). Entretanto, o que trava esse desejo de adquirir uma residência, não só por parte da geração Z mas dos brasileiros em geral, são, principalmente, questões financeiras.
De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados dizem não ter dinheiro para dar de entrada ou para financiar (percentual que chega a 47% no caso da geração Z). Outros 30% dizem que os preços subiram demais e 21% apontam os juros muito altos como uma barreira.
Ainda de acordo com a pesquisa, 37% dizem que gostariam muito de guardar dinheiro, mas admitem que as despesas atuais já consomem toda ou quase toda a renda. “A pesquisa é parte do nosso esforço contínuo de ouvir e entender as necessidades reais dos brasileiros, e capta perfeitamente um grande dilema atual: o sonho da casa própria está vivo, especialmente entre os mais jovens, mas ele esbarra em um cenário macroeconômico desafiador, com alta taxa de juros e dificuldade de poupar”, afirmou Lucas Lima, COO do QuintoAndar.
O desafio financeiro, aliás, faz com que o prazo para comprar uma casa também se alongue: 60% dos que desejam adquirir um imóvel planejam fazer isso em um ano ou mais (percentual que sobe para 65% no caso dos jovens da geração Z), revela o levantamento. “Isso mostra a necessidade de se propor alternativas. Aqui no QuintoAndar, por exemplo, decidimos usar a tecnologia para repaginar o consórcio tradicional. A nossa versão oferece cashback e opção de resgate em cinco anos, uma opção que pode chegar a ser até 50% menor que um financiamento comum, desbloqueando caminhos para essa conquista”, destacou o executivo.
Motivações para compra
Os dados mostram os cinco principais motivos dos brasileiros para adquirir um imóvel atualmente: ter um imóvel melhor que o atual – maior, mais novo ou com mais infraestrutura (31%); realizar um sonho (28%); ter a garantia de um imóvel próprio – como patrimônio ou segurança financeira (28%); não ter que pagar aluguel (24%); e fazer um investimento (22%).
Segundo Lima, “o brasileiro enxerga o imóvel como um pilar de segurança e de realização. Nossa responsabilidade, como a maior plataforma de moradia da América Latina e com um profundo conhecimento do comportamento do consumidor, é continuar criando soluções que atendam tanto quem precisa de agilidade hoje quanto quem está nesse planejamento de médio e longo prazo”.
‘Tiny houses’ e ‘colivings’
Buscando entender como as pessoas enxergam os modelos de moradia que vêm ganhando popularidade nos últimos anos, a pesquisa revela outros dados interessantes. No Brasil, 69% dos entrevistados dizem, por exemplo, que morariam ou talvez morassem em uma tiny house – construção residencial pequena, com área útil de até 37 m², que conta com móveis multifuncionais e promove um estilo de vida simples e sustentável. Os baby boomers têm a maior taxa de rejeição ao modelo: 27% afirmam que jamais morariam em um microapartamento.
O percentual de entrevistados que dizem que morariam ou talvez morassem em cohousings também chama a atenção: 46%. Cohousings são moradias colaborativas em que moradores mantêm casas privativas, mas compartilham áreas comuns, como o jardim e a área de jantar, e tomam decisões de forma conjunta, promovendo uma vida em comunidade. Entre os que jamais morariam, 86% apontam como principal motivo para não considerar esse tipo de moradia a falta de privacidade.
“Os resultados revelam um consumidor que concilia sonho e pragmatismo: quer comprar, mas reprograma o tempo da decisão diante das restrições financeiras; considera formatos mais compactos quando fazem sentido, sem abrir mão da privacidade. É um movimento de planejamento, não de abandono do projeto de ter a casa própria”, afirmou Marcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.
Metodologia
Ao todo, foram realizadas 2.485 entrevistas online com a população brasileira com 18 anos ou mais, das classes A, B e C, em todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Há uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. A pesquisa foi feita entre os dias 14 e 31 de agosto de 2025 e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.





















