O termo Gamification, que designa a utilização de técnicas de jogos para outras atividades, como a capacitação de profissionais, começou a ganhar força por volta de 2010, 2011, mas algumas empresas já usavam o conceito bem antes. Meu amigo Ricardo Infantozzi, entrevistado recentemente pelo portal CallCenter .inf.br(http://goo.gl/p8SFT6), conta que, já em 2008, desenvolvia aplicações gamificadas para a indústria farmacêutica. E há referências internacionais que falam em 2004. Mas a história começa antes disso. E fora do mundo virtual.
Um exemplo é a SB, consultoria brasileira especializada no desenvolvimento de jogos para treinamentos presenciais. Em outras palavras, o que ela faz poderia ser chamado de “gamification da sala de aula”. A empresa atua nesse mercado desde 1998, tendo desenvolvido mais de 160 jogos diferentes nesse período – 80 deles apenas nos últimos cinco anos.
Conversei com André Zatz, sócio fundador da SB e autor do livro Brinca Comigo: Tudo sobre Brincar e os Brinquedos, Ed. Marco Zero. Ele disse que a ideia da gamification é usar mecanismos de jogos em outras atividades, como marketing, processos, educação, etc. “O conceito de base é levar as pessoas a quererem fazer tarefas que de outro modo elas não teriam vontade de fazer, por serem aborrecidas ou repetitivas.” André explicou que a SB aplica mecanismos de jogos para contribuir com o aprendizado. Desse modo, os participantes são levados a prestar atenção, discutir problemas, eleger soluções, tomar decisões, tudo isso dentro de um contexto de jogo, com regras claras, feedback, recompensa e outros princípios que aceleram o aprendizado.
“Sobre a SB em si”, continuou ele, “é interessante dizer que, embora tenha foco no desenvolvimento de jogos para treinamento, nossa empresa é chamada por empresas de referência em outros mercados para criar novos jogos. É o caso da Grow, para quem desenvolvemos as duas mais recentes versões do War (War Império Romano e War Batalhar Mitológicas) e da TV Globo, para quem a SB presta ocasionalmente consultoria no desenvolvimento de game shows e reality shows. Isso se deve ao fato de a expertise em criação de jogos ser bastante rara no mercado.”
Até a próxima
Fernando Guimarães é country manager da startup de tecnologia MeuABC. Email: [email protected]