Autilização da capacidade de raciocinar e o seu desenvolvimento nos processos de aprimoramento da tecnologia praticamente afastaram o homem do século XX dos processos mentais intuitivos, portanto acabamos perdendo a capacidade de conduzir nossas vidas de uma forma mais harmoniosa, isto é, com menos conflitos. Chegamos ao ponto de nos envergonhar da nossa capacidade intuitiva, com medo de sermos ridicularizados pelos adeptos do pensar linear e objetivo.
Mas qual o papel dessas duas estruturas aparentemente opostas da nossa natureza humana: o pensar objetivo e o pensar abstrato?
Na opinião de muitos especialistas sobre o assunto o intelecto serve para planejar a ação e executar a vontade advinda da inspiração, da intuição, hoje popularizada pelo termo Inteligência Espiritual. É necessário estar atento para que o processo racional objetivo não destrua o processo intuitivo com as suas análises, dúvidas e procura da exatidão.
Sabemos que os processos intuitivos ocorrem do lado direito do cérebro enquanto os processos lógicos racionais utilizam o hemisfério esquerdo. Isto me faz pensar nos gibis que li na minha infância que retratavam a figura do diabinho do lado esquerdo da cabeça do personagem e do anjo do lado direito. A solução dos nossos problemas apenas com o uso do intelecto é limitada e incompleta: geralmente resolvemos um problema e acabamos criando outros ao utilizarmos apenas o processo racional.
Costumo adotar a seguinte atitude: faço tudo o que posso, depois relaxo e descanso abrindo espaço na minha mente para que a
intuição me mostre um caminho mais adequado. Este processo me permite vislumbrar novos ângulos com bastante clareza.
A intuição ou inteligência espiritual é uma ponte que faz a ligação entre a nossa alma, ou numa linguagem psicológica entre o nosso
inconsciente e a nossa consciência de vigília ligada às relações regidas pelo espaço-tempo.
Meditar e examinar nossas emoções, pensamentos, palavras e ações, como reagimos quando somos desafiados, confrontados ou
quando somos elogiados e paparicados é um começo. Estabelecer um vínculo com a natureza, apreciar a beleza de um pôr-do-sol, de
uma paisagem fortalecerá a nossa sensibilidade.Na verdade a questão principal que quero ressaltar nesse artigo é: vamos desenvolver
mais a nossa capacidade de sentir e apreciar a vida fazendo com que o intelecto seja um aliado e não um oponente.
Ninguém é louco de negar o domínio do intelecto nas questões objetivas e práticas, mas a vida não é um processo simples, linear,
claro e objetivo. Questões de grande relevância continuam sem respostas tanto da ciência quanto da filosofia: de onde viemos? Para onde vamos? Qual o propósito da vida?
No campo da Religião com suas crenças e dogmas, a Ciência começa a se intrometer estudando as transformações químicas do cérebro quando submetido ao efeito de orações, louvores e meditação.
A descoberta pela neurociência do “ponto Deus” no cérebro humano, isto é, uma rede de conexões neuroniais localizada nos lobos
temporais responsável pela experiência do êxtase ou de transcendência, isto é, de sentir- se na presença do sagrado possibilita tanto aos materialistas quanto aos religiosos a defesa dos seus pontos de vista aparentemente antagônicos. Para os primeiros, a experiência é apenas material resultado de uma química no cérebro. Para os espiritualistas a alma, a essência, o espírito desenvolveu ao longo do tempo no cérebro a capacidade física de vivenciar a presença de Deus.
Ademir S. Stein é presidente da S. Stein Joalheiros, advogado e engenheiro, pós- Graduado em Estratégia de
Marketing e R.H., certificado pela Disney University, membro do Conselho Estratégico da Alshop – Associação dos Lojistas de
Shopping do Brasil e autor dos livros A Arte de Vender Sonhos e A Mágica do Sucesso