Em tempos de crise

Quem trabalha com
vendas , atingimento de metas, na pressão por resultados está bastante
familiarizado com a palavra SUPERAÇÃO. Ouvimos esta palavra a cada instante, em
cada preleção, deste e daquele líder.

Também ouvimos esta
palavra no nosso convívio social, sempre tendo como exemplo aqueles que possuem
uma necessidade especial, seja  esta uma dificuldade
física ou intelectual. Na maioria das vezes, estas pessoas são exemplos de
SUPERAÇÃO.  E isto é digno de todo o
nosso respeito. Mas para que aconteça superação é necessário fazer uso
incansável da palavra VONTADE.

Muito bem. Os
profissionais do call center sabem muito bem o significado do poder da atitude
chamada VONTADE. São aqueles heróis do dia-a-dia que se superam a cada
instante, a cada dia, a cada ano. Estes heróis que acordam de manhã muito cedo,
se alimentam dentro do possível, tomam uma ou várias conduções neste nosso
transporte público muito sofrível. Muitas vezes com graves problemas de família
e muitas contas para pagar. Aquelas contas obrigatórias e aquelas supérfluas,
feitas no cartão de crédito para esticar o pagamento.  Afinal, esta semana parece que o mailing está
muito bom e vai dar para dobrar a comissão.

Estas pessoas, chegam
em sua empresa de call center, às vezes atrasados, às vezes não,  como uma revoada, até se sentarem em suas PA’s,
colocarem o headset, se logarem no sistema e respirarem fundo à espera da
primeira chamada. Neste momento está tudo junto ali, na PA. A família, as
dívidas, os sonhos, os planos naquela realidade indiscutível. Esta pessoa é o
profissional de call center seja lá como eles são chamados. Teleoperadores,
representantes, consultores, etc… Pura semântica. A realidade é que são todos
operadores, monitores, supervisores e coordenadores, os heróis anônimos do nosso
dia-a-dia. Estas pessoas que se escondem atrás da linha telefônica.

Profissionais que se
superam todos os dias, no telemarketing ativo ativo ou no outbound, como alguns
gostam de chamar.

Eu me lembro que minha
maior dificuldade, nos meus idos tempos de operação, era a quantidade imensa de
“nãos” que eu ouvia. Nova tentativa e outro “não”. Os “nãos” recebidos vão dos
mais educados aos mais grosseiros. Algumas vezes o cliente diz “na lata” como
se diz por aí, em outras o cliente espera toda a conversa se desenvolver para
que venha a negativa. Não, não é fácil.

Vem o primeiro dia, o
segundo, a segunda semana, os primeiros meses. 
Para cada 10 “nãos”, um “talvez” e meio “sim”. E o nosso dia só tem seis
horas… Todos têm que vender. Bater a sua meta e a do cliente.

E estes profissionais  conseguem fazer disto a sua profissão; e uma
grande parte destes, mas uma boa parte mesmo, atingem suas metas com
regularidade, respeitam os níveis de qualidade e cumprem as regras da
companhia.

Infelizmente, também
há os que passam por todas estas dificuldades e tratam sua profissão com certa
negligência e por que não dizer, descaso. Fazem o seu serviço sem nenhum
interesse e cumprem estritamente o que lhe é dito ou às vezes nem isto. Olham
para a profissão de teleoperador com um ar de “fazer o quê?” ou “quem mandou
não estudar!”, “isto é temporário”.

Ao desvalorizar a
profissão está desvalorizando a si mesmo e aos demais colegas. Com esta
postura, mostram para o mercado a parte negativa do segmento e permitem que
todos pensem da mesma forma. O seu comprometimento com o trabalho é mínimo. Que
resultado se pode esperar deste quadro? Nenhum resultado.  Daí o preconceito geral com a profissão de
teleoperador. Nós contribuímos para que todos pensem assim.

Se colocarmos uma lente
de aumento naqueles profissionais que se sobressaem, veremos que o segredo está
em se SUPERAR no trabalho ao fazer uso da VONTADE, como ferramenta. Encará-lo
com responsabilidade e comprometimento. Se nos valorizamos é assim que o outros
também nos verão.

Se aceitou encarar o
desafio, dê o melhor de si, se comprometa. O sucesso vem como prêmio, não como
fim.

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