Assédio moral


O Ministério Público do Trabalho da Bahia encontrou situações de assédio moral durante inspeção realizada em uma empresa prestadora de serviço de call center, com cerca de 7.800 empregados no estado, segundo matéria do jornal Correio. A vistoria foi realizada no dia 23 de setembro na unidade operacional do Campo da Pólvora, em Salvador. De acordo com o relatório da inspeção, foram encontradas situações de assédio moral afetando especialmente os empregados que retornaram do afastamento previdenciário. Após retorno, os trabalhadores não eram alocados em nenhuma função, permanecendo nas instalações da empresa, com jornada de oito horas/dia, sem qualquer atividade. Além disso, o valor do salário líquido desses empregados, ao final do mês, apontava saldo ínfimo, após o desconto da parcela relativa ao débito do plano de saúde. Caso a empresa não se manifeste em 30 dias, o ministério público pode ajuizar uma Ação de Execução da multa de R$4.208.483,34 e uma Ação Civil Pública.

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Assédio Moral



Em meio a um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, em que garantir a empregabilidade é uma das atitudes mais condizentes, surge uma pergunta bastante comum na esfera empresBernhardMod: quais são os sacrifícios válidos para se garantir o emprego?


A resposta é consenso geral quando tratada pelos especialistas de RH: nenhum. Por definição, sacrificar-se é privar-se em benefício de outrem. Uma coisa é o esforço, o desafio, a outra é o sacrifício, o sofrimento; e em se tratando de relações trabalhistas, sofrer não deve ser condição nem muito menos conseqüência, ainda mais quando é resultado de situações de humilhação, constrangimento e submissão. Situações essas que caracterizam o assédio moral.


O conceito, bem como a idéia, não é tão recente assim. O assédio moral no trabalho é um fenômeno antigo, mas que vem recebendo destaque pela mídia nos últimos tempos devido a tendência de tornar as relações de trabalho mais transparentes e justas. É um fenômeno mundial, que consiste em degradar as condições de trabalho através de ofensas, pressão e críticas excessivas das autoridades sobre seus subordinados.


O assédio moral acontece devido ao abuso do poder, provocando um cenário de discriminação dentro da empresa.


O medo do desemprego é uma das principais causas desse fenômeno. Para garantir seu emprego, o funcionário sujeita-se a atitudes anti-profissionais; o chefe, por seu lado, transfere toda a insegurança para sua equipe através de atitudes autoritárias. ” Quando o funcionário está com a auto-estima rebaixada, ele não se reconhece como profissional, ficando predisposto a qualquer tipo de assédio” Mas essa situação só prolifera quando favorecida por ambas as partes, Chefes autoritários buscam funcionários submissos; e vice-versa. A situação só irá perpetuar se o funcionário permitir.”


Investir em uma cultura estratégica de desenvolvimento humano como forma de substituir a competitividade de negócios diminui as chances de surgirem comportamentos negativos isolados, que tanto propiciam o assédio moral outro aspecto que devemos introduzir é a cultura de aprendizado, no lugar da punição, e a desmistificação das relações de poder, como soluções para o problema.


” Enquanto não existir a gestão participativa, cooperativa o cenário estará mais favorável à gestão pelo medo, propiciando atitudes típicas do assédio moral”.


Em empresas onde o profissionalismo é ação prioritária, cria-se uma resistência a atitudes desse tipo. E se mesmo assim o assédio moral persistir, o funcionário terá armas suficientes para se livrar dele ou impedi-lo, através da denúncia ou a busca pelos responsáveis pela área de RH da empresa, que terão um posicionamento estratégico em relação ao problema.


Devemos garantir o emprego, desde que os esforços envolvidos estejam ao nosso alcance. Ser perseguido pelas injustiças de um chefe tirano, além de consistir numa falta de respeito, compromete a dignidade de um profissional e o seu direito como cidadão.


 

 

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