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Os cuidados com a voz que representa a imagem da empresa

Embora seja uma fatia da comunicação verbal, a voz responde por 38% do impacto causado no ouvinte, o que é uma enorme vantagem para as operações de telemarketing. Assim, o crescimento da atividade já começa a envolver também os cuidados na manutenção da saúde da voz profissional, que muitas vezes vai além da prevenção feita dentro das empresas.

Com objetivo de conferir à área ocupacional melhores condições para a abordagem das questões relacionadas ao exercício da voz, a VK Editora e a CL&M Medicina do Trabalho realizaram, nesta terça-feira (11/12), o seminário Distúrbios da Voz Decorrentes do Trabalho – DVDT, no Braston Hotel, em São Paulo.

A fonoaudióloga Ana Elisa Moreira Ferreira, diretora da Univoz Consultoria e Treinamento, destacou uma série de aspectos que ressaltam a crescente importância da voz profissional (do operador, locutor, cantor, entre outros), bem como os distúrbios e doenças que podem atingi-la.

Com base em uma pesquisa da ABT (Associação Brasileira de Telemarketing), Ana Elisa informou que 77% das empresas de telemarketing tiveram, no ano passado, um turn-over de 17 meses, e que muito desse índice decorre de problemas ligados à voz dos operadores.

“A voz é a imagem da empresa, mas será que o operador sabe disso?”, questionou a profissional, defendendo que a prevenção é uma conseqüência da conscientização. Na sua opinião, a primeira medida é orientar esse indivíduo e a equipe no uso correto da voz, dentro e fora do ambiente de trabalho. A empresa, por seu lado, deve realizar workshops e palestras, distribuir manuais de orientação em saúde vocal e fazer campanhas sobre os cuidados com a voz.

Exames admissionais e periódicos também são indispensáveis à avaliação vocal, inclusive para evitar problemas piores que o operador pode vir a ter. E suas conseqüências indesejáveis às organizações.

Quanto ao ambiente dos call centers, Ana Elisa ressaltou a necessidade de intervir no ruído ambiental, na ergonomia, nos espaços para repouso. “É preciso fazer a adaptação do indivíduo ao trabalho e do trabalho ao indivíduo”, sintetizou, lembrando que o cuidado com a saúde requer atenção plena.

O médico otorrinolaringologista Milton Minoru Takenti lembrou que hoje já se discute a voz profissional sob vários ângulos, inclusive com a presença de médicos do trabalho. Isto porque os prejuízos causados pela perda da voz no trabalho implicam em sérias perdas para as organizações, além da queda da capacidade do funcionário e dos aspectos legais e indenizatórios implicados.

Milton ilustrou sua apresentação com casos clínicos de operadores, e fez um alerta quanto à abordagem de tratamentos inadequados e a utilização errada do órgão fonatório, favorecendo lesões. Entre os principais fatores de risco o médico mencionou o ar condicionado das centrais, as epidemias disseminadas por este sistema, a poluição sonora, o fumo e o álcool, os hábitos alimentares incorretos, que causam o refluxo gástrico esofágico que produz irritação na laringe, o stress e a ansiedade, entre outros.

“Sentimos a necessidade de uma abordagem especializada na área de medicina do trabalho. O maior risco do profissional de voz é estar assessorado por uma equipe de saúde ocupacional despreparada”, concluiu o médico.

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