CEO da Sympla descreve a transição bem-sucedida no marketplace de entretenimento
Não é nada fácil imaginar o que representou, para empresas consolidadas em torno de eventos presenciais, o advento de uma pandemia que pegou o mundo de surpresa. Porém, foi justamente esse gigantesco desafio que fez com que a Sympla, startup que se constitui em um abrangente marketplace de comercialização de ingressos, a se reinventar, junto com seus clientes realizadores e consumidores. Fazendo parte do grupo Movile, a plataforma criou, em 2020, seu serviço de streaming e o Sympla Play, de geração de conteúdo sob demanda, além de energizar as vertentes de B2B e B2C para experiências inusitadas nas alternativas do on-line. Essa volta por cima e as perspectivas dentro de um mercado que começa a se normalizar – mas dentro de um panorama com muitas outras ideias em movimento -, foi detalhada, hoje (14), por Tereza Santos, CEO da Sympla, durante a 441ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Ao iniciar contando um pouco da trajetória de 10 anos da Sympla, a executiva disse que foi fundada por visionários que miravam a incorporação de tecnologia na comercialização de eventos. Dentro do conceito idealizado, a startup nasceu como um grande marketplace reunindo produtores e empreendedores na concretização da gestão e vendas de suas iniciativas. Nessa dinâmica, conceituada como de long tail – estratégia varejista de comercializar grande variedade de itens em pequenas unidades – os negócios dos clientes foram crescendo e, por consequência, potencializando em expansão e complexidade as atividades da plataforma. Foram surgindo demandas para novos serviços, como a entrega de soluções para leitura de ingressos nas portarias, marketing especializado para os eventos, apoio financeiro de viabilização de projetos e criação de um SAC próprio.
A partir daí, detalhou a CEO, foram surgindo os clientes de médio e grande porte e, em 2018, consolidou-se a ideia estratégia de se transformar no modelo chamado de “destination”. Ou seja, proporcionar aos usuários opções e conteúdo para pesquisas sobre jornadas de entretenimento tanto no presencial quanto no on-line. Nesse mesmo ano, decidiu investir, comprando de um concorrente, toda a carteira de clientes fixos e recorrentes, o que expandiu a relevante presença em teatros, casas de espetáculos e museus, responsabilizando-se como canal exclusivo de vendas dos ingressos. Até que, depois de passar 2019 se reestruturando para esse movimento de inflexão, surgiu o imponderável da pandemia, tornando o setor de atuação, evidentemente, num dos mais negativamente impactados com o adiamento em série de eventos.
“Porém, tendo uma vertente digital solidificada como um dos cores desde o início, nossa empresa conseguiu se reinventar muito rápido”, assegurou Tereza, ao registrar que nesse momento se dá sua chegada para liderar a startup. Com uma carreira que iniciou dentro de uma outsourcing de gestão de clientes – onde entrou aos 18 anos de idade como recepcionista e de lá saiu como gerente comercial em uma década de aprendizado no setor -, ela se orgulha da expertise que adquiriu de ouvir e entender os clientes, a qual levou em seguida a organizações de tecnologia, finanças e entretenimento, sendo este último, justamente na organização adquirida em 2018.
Fazendo parte do grupo investidor Movile, que reúne iFood, Zoop, Playkids, entre outras, a Sympla, nos dizeres da executiva, se torna uma atividade apaixonante pelo que exige de desenvoltura em diferentes vieses como os de B2B e B2C. Ao descrever como se deu o poder de reação frente às circunstâncias adversas da pandemia, Tereza garante que entrou em ação a cultura visionária da empresa. O que se materializou na aceleração de dois projetos que já estavam em gestação, fazendo nascer, em abril de 2020, o serviço de streaming e, em novembro, o Sympla Play, oferta de conteúdo on-demand. Segundo ela, o grande – e vencido – desafio, foi ajudar, pelo convencimento, toda a base de clientes produtores a se reinventar no digital juntamente com a empresa. “O que se consubstanciou em concretizar projetos jamais antes realizados, como, por exemplo, o teatro on-line ou o renascimento do cinema drive in.”
Respondendo a uma indagação sobre a movimentação que ressurgiu no pós-pandemia e o que tem sido feito com o volume de dados que a plataforma recolhe, a CEO disse que isso tem sido intensamente trabalhado nos dois pilares: de um lado serve para entender a mudança de comportamento do consumidor final, podendo ampliar o leque de ofertas e, de outro, nutrir o segmento B2B com ideias para realizações dentro desses novos anseios dos compradores de entretenimento, no presencial, no on-line e no híbrido. Ela ainda traçou um panorama do que ainda se encontra represado neste momento e o que, ao contrário, vem ressurgindo com muito mais força que antes da crise, permitindo já, à organização, se orientar para os próximos avanços que incluem investir em novos segmentos e expandir atividades em mais regiões do país.
O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 440 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA prosseguirá amanhã (15), recebendo Wellington Alves, CEO da Trigg; que abordará a conquista de engajamento com digital e cashback; na quarta, será a vez de Hosley Pimenta, diretor de operações e vendas da Kalunga; na quinta, Igor Ripoll, VP de sales e customer success da único; e, o Sextou trará o tema “Semana do Consumidor: Como acompanhar, com qualidade, as mudanças de comportamento?”, no debate envolvendo Felipe Masson, gerente geral de CX da Azul Linhas Aéreas, Fernando Brossi, vice-presidente de operações da C&A Brasil e Leandro Coelho, diretor de experiência e satisfação do cliente da Vivo.