Relatório da Accenture indica que os efeitos indiretos dos aumentos recorrentes da taxa de juros reorientarão quase todas as decisões no setor
O retorno das constantes altas nas taxas de juros mantém o setor bancário em uma órbita previsível e familiar. O aumento das taxas fará mais do que restaurar um fluxo de receita tradicional para os bancos. Os efeitos indiretos reorientarão quase todas as partes do setor bancário, desde o investimento em tecnologia até a estratégia de talentos e muito mais. Estas análises constam de estudo da Accenture, apontando as 10 maiores tendências bancárias para 2023, ao indicar, também, que os bancos líderes reconhecem a necessidade de acelerar a mudança — não apenas para competir -, mas para encontrar novos caminhos ao crescimento.
De acordo com Joana Henklein, diretora de estratégia e consultoria em serviços financeiros da Accenture no Brasil, as 10 tendências detectadas são as seguintes:
Taxas em crescimento potencializam a inovação de produtos
O aumento das taxas será o combustível que inflamará a inovação de produtos dos bancos, de acordo com a executiva. “Ele virá na forma de ofertas semelhantes às do Amazon Prime.”
O renascimento das agências
Sem interação pessoal, a maioria dos bancos tem lutado para manter relacionamentos próximos e 2023 verá um foco renovado nas agências.
O metaverso desmistifica
Assim como o celular fez, o metaverso abre um novo mundo de possibilidades. Não será isento de riscos – mas os bancos foram inventados para gerenciá-los.
Cultura certa, talento certo
O talento exigirá cada vez mais da liderança dos bancos. Para ela, se não receber a devida atenção será uma plataforma em chamas.
Risco em todo lugar
À medida que surgem novos riscos, os bancos que se concentram em ajudar os clientes a resolver seus problemas superarão seus concorrentes.
Dados se tornam produto
Segundo a executiva, tratar os dados como um produto é uma mudança de mentalidade que tem o potencial de transformar os alicerces do setor bancário.
Fintechs: de disruptoras para habilitadoras
Os incumbentes estão preparados para se reafirmar como os “proprietários legítimos do setor bancário” – se conseguirem encontrar ofertas do tipo fintech a preços razoáveis, na visão de Joana.
O verde se torna real: a busca de pontos em comum
Os bancos não podem entregar o carbono zero por conta própria, mas a pressão está aumentando para enfrentar a crise climática. O consenso será uma prioridade em 2023.
Foco na vida: da jornada à intenção
À medida que as bigtechs e os superapps continuam a crescer, os bancos olharão além das jornadas para abordar o bem-estar holístico dos clientes.
Modernização do core: uma mudança de mentalidade
A modernização tecnológica é um processo “para sempre”. Mas, uma convergência de forças fará de 2023 o divisor de águas para o início da modernização do core dos bancos.