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As ondas do mercado de ERP



Autor: Felipe Calixto

 

A adoção dos sistemas de gestão empresarial começou a ganhar força no Brasil na década de 90. No início, o ERP (Enterprise Resource Planning) ou sistema integrado de gestão empresarial, era um privilégio das grandes empresas, mas, em pouco tempo, atingiu popularidade, e se tornou acessível também para as pequenas e médias. Hoje, dispor de um sistema de gestão não é mais modismo, e sim uma necessidade para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento dos negócios, tornando-os ainda mais competitivos e rentáveis.

 

Até atingir esse patamar, ao longo dos anos, o mercado de ERP foi passando por diversas “ondas”.

 

A primeira delas foi o desafio de integrar dados de diferentes departamentos. Os setores funcionavam, muitas vezes, com sistemas próprios e independentes, onde havia uma redundância enorme de informações. Neste momento surgiram os famosos sistemas de gestão empresarial, que integravam todas as áreas de uma empresa em uma mesma plataforma de trabalho, cruzando informações de diferentes fontes num único Banco de Dados. Essa evolução exigiu uma mudança forte na cultura organizacional, já que havia grande dificuldade para inserir seus funcionários, que até então trabalhavam isoladamente em seus departamentos, nos novos processos estabelecidos pelos sistemas integrados.

 

Superada esta fase, iniciava-se uma segunda onda – transformar os dados em informações gerenciais. Para atingir esse estágio, as empresas passaram por um processo de refinamento de seus cadastros e movimentos, tornando-os mais íntegros e úteis, permitindo a criação de centenas de relatórios e gráficos que possibilitaram aos gestores analisar a empresa sob diversos ângulos.

 

Com as informações integradas, os colaboradores já habituados com as novas rotinas e uma infinidade de ferramentas gerenciais, surgiu a terceira onda, que foi marcada por muitos desafios, entre eles, conhecer e disseminar os fundamentos da administração e as técnicas de gestão, para obter melhores resultados.

 

Havia uma total falta de controle e, na grande maioria dos casos, falta de conhecimento sobre custeio de produtos, técnicas de estocagem, fluxo de caixa, ciclo financeiro e operacional, necessidade de capital de giro, Ebitda, análise de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, etc. Muitas vezes as decisões eram tomadas por pura intuição, sem um embasamento concreto. Era comum o gestor agir sem planejamento e sem medir o reflexo de cada ação no negócio.

 

Nestes 20 anos acompanhando as empresas de perto pude presenciar, por exemplo, iniciativas para ampliar as vendas, colocadas em prática ignorando o verdadeiro impacto dessa decisão. A empresa ampliava seu estoque para vender mais, sem analisar se o mercado estava preparado para esse aumento da oferta. Isso aumentava seu prazo médio de estocagem, fazendo com que seu ciclo operacional ficasse mais longo e consequentemente aumentado a necessidade de capital de giro. Essa operação acabava forçando a empresa a recorrer a instituições financeiras com taxas de juros que inviabilizavam seu negócio, antes viável.

 

Por fim, a onda atual da mobilidade na gestão. Estamos vivendo a era em que o gestor necessita que a informação chegue no momento certo e de forma bastante objetiva. Ele não pode mais ter que buscá-la e nem tampouco gastar tempo em selecionar o que é útil. Muita informação não significa domínio do negócio. A informação certa no tempo certo é o grande desafio do gestor. Portanto, para conduzir o negócio com excelência, os executivos precisam de mobilidade, simplicidade, objetividade, pró-atividade, segurança, seletividade e, principalmente, velocidade.

 

Com a mobilidade, os gestores podem ter acesso a informações operacionais e as que facilitam a tomada de decisão, em tempo real. Entre elas, o cumprimento de meta de vendas ou margem de contribuição da empresa, do vendedor, unidade ou região; receita acumulada, clientes inadimplentes, desencaixes financeiros, previsão para atingir o ponto de equilíbrio, alerta de atrasos em projetos ou atendimentos, necessidade de manutenção em máquinas e equipamentos, etc..

 

Só vão surfar nessa onda, empresas que utilizarem soluções com esta tecnologia e que estejam preparadas e dispostas a assimilar essas novas culturas. Por não se tratar de um “pacote” que sirva para todas as organizações, é importante contar com um fornecedor que ofereça também a consultoria especializada, que fará uma intensa análise e identificação da real necessidade.

 

O mais interessante é constatar que todas essas gerações convivem concomitantemente no hoje, ou seja, temos uma infinidade de empresas na primeira onda vivendo e competindo com empresas na segunda, terceira e quarta ondas. A diferença entre elas reflete no resultado: maior competitividade, maior rentabilidade, maior satisfação de seus clientes e melhor qualidade de vida para seus colaboradores e gestores.

 

Felipe Calixto é diretor presidente da Sankhya.

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