Autor: Gustavo Paulillo
A internet foi a grande inovação dos últimos tempos nos quatro cantos do planeta, possibilitando que povos distantes se encontrassem e dúvidas fossem esclarecidas. Com ela, surgiu a possibilidade de encontrar todo tipo de coisa que buscamos em apenas um clique, abrindo caminhos tanto para os estudos quanto para os negócios. Além disso, a tecnologia hoje nos permite acessar tudo pela palma da nossa mão. Mas, será que paramos para refletir até que ponto isso é bom ou ruim para a sociedade?
Os impactos positivos são quase óbvios, pois houve uma revolução no modo das pessoas pensarem e agirem. Os dispositivos móveis passaram a fazer parte da vida diária, seja no modo de comprar, de se comunicar, de se divertir, de estudar e trabalhar. Em meio a esse turbilhão de informações, nós sequer paramos para pensar nos impactos negativos que a mobilidade e a internet podem trazer, caso não sejam usadas com moderação.
O principal impacto negativo é a dependência que a tecnologia pode causar na vida das pessoas. Essa característica já é caso de estudo e tem nome: Nomophobia, do inglês No Mobile Phobia. Que nada mais é que o medo ou angústia que as pessoas sentem em simplesmente pensar em ficar sem seu celular ou na perda dele. Além de afetar principalmente as pessoas viciadas em redes sociais. De acordo com um estudo, realizado com mil pessoas no Reino Unido, 66% das pessoas ficam muito angustiadas com a ideia de ficar sem seu celular e os mais afetados são os jovens de 18 a 24 anos.
Porém, apesar desses problemas, a mobilidade se tornou um ponto central no estilo de vida da sociedade moderna. Ganhamos tempo podendo conferir e-mails, mensagens e fazer consultas de onde estivermos. Mas ao mesmo tempo, podemos perder o foco facilmente com as notificações que desviam nossa atenção, pois elas geram ansiedade. Quem nunca achou que ouviu o celular tocar sendo que não tinha acontecido?
Além disso, há um item muito comum principalmente no mundo corporativo: as pessoas se sentem ansiosas para cobrar respostas de e-mails e mensagens enviadas por aplicativos, gerando ainda mais ansiedade em ambas as partes. A mobilidade pode afetar diretamente a nossa vida pessoal e principalmente, nossa saúde. É preciso equilíbrio, evitando principalmente ser multitasking (fazer várias tarefas ao mesmo tempo). Por muitas vezes, as ferramentas como smartphones, tablets e notebooks nos ajudam a estar conectados o tempo todo, permitindo-nos acumular cada vez mais atividades simultâneas.
Para as empresas de hoje, esse profissional “multitasker” pode ser bem visto, mas a verdade é que, nosso cérebro não é verdadeiramente “multitask”. Ficamos trocando de foco constantemente, entre uma tarefa e outra, o que leva ao esgotamento com o tempo. Ou seja, o que parece ser algo positivo, na verdade pode prejudicar nosso rendimento e saúde, aumentando estresse e ocasionando o não cumprimento das atividades que foram planejadas.
A questão aqui não é criticar a mobilidade, muito pelo contrário. Porém, vale pensar sobre como podemos ser afetados de maneira negativa e criar parâmetros que nos auxiliem de alguma forma para não sermos afetados pelo estresse e ansiedade. É preciso balancear o uso da tecnologia e às vezes se desligar por completo. Apesar de ser ávido por tecnologia, acredito que nenhuma conseguiu substituir o contato pessoal, por enquanto. Por enquanto…
Gustavo Paulillo é criador do aplicativo Agendor