CEO da Housi expõe os modelos de acesso a moradias unindo flexibilidade e conectividade
Atualmente, mais de 80% dos novos entrantes no mercado de trabalho, representantes da geração millenials, não só manifestam clara preferência por residir próximo ao local de suas atividades, como deixam clara a intenção de não serem eles mesmos os donos dos imóveis. A constatação é extraída de pesquisa realizada pela Housi, plataforma digital de moradia flexível, que nasceu justamente ao detectar uma dor manifestada por pessoas de várias outras gerações. Como se livrar do trânsito caótico e, ao mesmo tempo, conquistar uma moradia sem altos custos de aluguel ou de longos compromissos com financiamentos. Ao proporcionar formatos que viabilizam residências compactadas, conectadas e com flexibilidade de pagamentos mensais, a empresa, em apenas três anos de existência, já conta com um portfólio de mais de 60 mil imóveis por todo o país, fruto do empreendedorismo detalhado, hoje (14), por Alexandre Frankel, fundador e CEO da Housi, na 519ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Contando um pouco dos fatores que fizeram surgir a ideia empreendedora que deu vida à Housi, Alexandre disse que tudo começou diante da necessidade de eliminar uma dor que ele mesmo sentia na pele. Trabalhando e estudando em locais distantes da moradia, o executivo passava mais de cinco horas por dia dentro do automóvel, enfrentando grandes distâncias e trânsito intenso. Até que, ao casar, foi morar em um pequeno apartamento próximo de seu escritório, passando a fazer o trajeto a pé ou de bicicleta. Ao deixar de se sentir um “escravo do carro” com essa nova vida, seu espírito empreendedor se voltou para resolver a dor em relação à moradia e à mobilidade urbana repleta de desafios. A saída lógica foi propor a mudança na forma como as pessoas moram. Partindo de sua própria experiência, surgiu o conceito de oferecer imóveis de pequenas dimensões, a preços acessíveis e nas proximidades dos locais de trabalho das pessoas. Foi assim que nasceu o seu primeiro empreendimento de maior porte, a Vitacom, incorporadora com entrega de 4 mil a 5 mil imóveis por ano, dando luz a uma outra necessidade detectada.
“Essa é a beleza do empreendedorismo. Quando se puxa uma linha resolvendo um problema, surgem, na sequência, novos pontos de motivação para avançar. Pois, o que para a maioria das pessoas é um problema, para o empreendedor é uma oportunidade.”
Ele percebeu que a maior parte desses pequenos apartamentos era comprada por investidores que alugavam a quem tinha realmente a necessidade. E, adquirindo uma quantidade tão elevada de imóveis, esses compradores se viam às voltas com os problemas de divulgar, alugar, mobiliar, gerir, etc. Isso abriu as portas para um novo negócio, que recebeu aporte de recursos de um mesmo investidor da Netflix, justamente com a proposta de levar para o mercado imobiliário o mesmo conceito que viabilizou a empresa de streaming.
Dessa forma, de um problema que surgiu de dentro da solução de um outro desconforto, nasceu a Housi, startup que, das atividades iniciais apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, já chega a um portfólio que engloba acima de 60 mil imóveis em mais de 120 cidades brasileiras. A evolução se explica pelo caráter de compactação do imóvel, que tem no máximo 40 metros quadrados, chegando até uma concepção de “cápsula” medindo 10 metros quadrados. “Ou seja, cabe no bolso”, expressou figurativamente Alexandre, ao mostrar que a moradia apresenta custos menores em todos os sentidos, seja de aquisição, IPTU, aluguel, condomínio, limpeza, etc. “É uma democratização da moradia, sendo que a grande sacada dentro da ideia é ser um apartamento em um edifício com ambientes que podem ser compartilhados, seja para relacionamentos ou trabalho, com infraestrutura e tudo o mais. Ou seja, a pessoa pode otimizar a moradia, ocupando um espaço pequeno, mas usufruindo de uma vida mais compartilhada no empreendimento. Uma vivência mais flexível e econômica.”
Surgida há três anos, a Housi, dessa forma, resume o seu fundador, é uma solução em software para fazer fluir esse negócio do hardware que são os imóveis, solucionando várias dores. Indagado se isso vem ao encontro de uma tendência demonstrada pelos millennials e futuras gerações que não veem mais nos imóveis e automóveis fatores de uso e investimento, Alexandre citou pesquisa da própria Housi mostrando que 82% dos novos entrantes no mercado de trabalho não desejam mais se comprometer com longos financiamentos para adquirir a moradia, além de se sentirem mais livres por meio da flexibilidade de mudança de empregos, de estudos e até para morar em outros países. “Como surgiu esse desinteresse por adquirir ativos na solução do problema de moradia, os mercados têm de se reinventar para lidar com os novos comportamentos. Nossa inspiração vem do mercado automotivo, cada vez mais expandindo as alternativas de assinaturas e aluguel dos carros, aplicativos de mobilidade, etc.”
Depois de analisar o descompasso permanente entre as oportunas ideias do empreendedorismo e o acompanhamento da legislação, Frankel citou modalidades flexíveis do seu empreendimento que possibilitam hoje, por exemplo, o aluguel pré-pago do imóvel, incluindo pagamento parcelado via cartão de crédito, entre outros. Ele ainda descreveu, em detalhes, de que forma a plataforma conecta o imóvel às várias necessidades do morador. “Somos uma espécie de ‘Windows’ do mercado imobiliário, abrindo as janelas de inteligência no ‘hardware’, que é o edifício.” Na sua avaliação, no futuro todos os prédios irão possuir softwares que os tornem mais funcionais e inteligentes. E contou exemplos do que está sendo feito pela organização em todo o país.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 518 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerrará a semana amanhã (15), com o Sextrou, que debaterá o tema “Open delivery: Integração com ganhos para o cliente?”, reunindo Célio Salles, conselheiro de Administração Nacional da Abrasel e co-criador do Open Delivery, Denis Lopardo, fundador e CEO da Bdoo e João Bibar, head de startup de Pede Pronto.