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Redefinindo o BI Operacional



Autor: David Fernández

 

Desde que o termo Business Intelligence passou a ser usado, um grande número de definições foram criadas com o objetivo de explicar claramente seu significado. Ainda hoje, grande parte dessas definições aponta para a linha de que qualquer sistema que adicione inteligência aos processos de negócios pode ser classificado como uma solução de BI.


Devido a esse fator, o BI tem estendido seu domínio, do nível estratégico até as aplicações operacionais. Com isso, muitas companhias passaram a prover gerentes de nível médio com ferramentas para a tomada de decisões táticas, organizando aplicações de BI. E tem sido a partir dessa concepção que o chamado BI operacional vem evoluindo.


O BI operacional visa embutir no processo analítico das empresas a estrutura de negócio operacional capaz de desencadear tomadas de decisão e colaboração. A idéia é disponibilizar aos colaboradores informações inteligentes em tempo real, alinhadas à estratégia da empresa, otimizando o uso de dados operacionais e levando a companhia a alcançar excelência operacional.


Um representante de serviço, por exemplo, poderia tratar cada cliente de uma maneira específica, baseado em uma avaliação sobre o comportamento desse cliente. A equipe de supply chain saberia quando as mercadorias foram expedidas em várias localidades, além do tempo estimado para a chegada dessas mercadorias. Um engenheiro de qualidade de chão de fábrica saberia o estágio de cada processo da manufatura, o impacto na qualidade dos processos anteriores e subseqüentes, assim como as ações necessárias para enquadrar o produto nos padrões de qualidade estipulados.


No entanto, embora o BI operacional coloque os negócios no rumo certo para otimizar o processo operacional de tomada de decisões, ele tem seus próprios desafios. O BI operacional depende da captura de dados real-time, o que pode demandar um projeto de SOA (arquitetura orientada a serviços). E embora muitas empresas tenham despertado para o fato de que aplicações de BI necessitam de informações em tempo real, poucas estão preparadas para elas.


Normalmente, de 15% a 20% dos dados de uma organização precisam ser analisados a cada hora, 30% pelo menos uma vez por dia e outros 30% pelo menos uma vez por semana. E não podemos nos esquecer de que decisões de negócios em tempo real são obrigatoriamente baseadas em dados e informações de boa qualidade, ou seja, confiáveis.


Em sistemas operacionais, normalmente, as mesmas mensagens são escritas de diferentes formas, o que dificulta a classificação de entradas similares e torna a interpretação dessas mensagens algo muito complexo. Isso geralmente se reflete em equívocos de categorização e dados de baixa qualidade.


Por padrão, a responsabilidade pelos dados de governança tem sido assumida pelas aplicações de BI, que por sua vez contam com regras de negócios e lógicas de transformação de dados a fim de “limpar” a informação e deixá-la em conformidade. Se essa lógica se mostra inadequada, consequentemente haverá problema nos dados de governança. Isso aumenta nas corporações a importância de colaboradores que sejam especialistas em entender as necessidades de negócios da empresa e então traduzi-las para as condições da área de TI. Ou seja, o desafio é diminuir o gap entre Negócios e TI.


A gestão de metadados também é um aspecto extremamente importante, porém muitas vezes negligenciado e que contribui para a má qualidade dos dados. Especialmente em empresas que lidam com várias linhas de negócios ou estão presente em vários países, estabelecer definições comuns torna-se algo bastante difícil para o nível da alta gerência no que se refere a padronizar as diversas unidades.


Dessa forma, para que não haja problema em relação à qualidade de dados e informações, é necessário priorizar funções de negócios e decisões executivas, assim como definir e examinar previamente a metodologia de execução do projeto, indicadores-chave de performance, modelos e melhores práticas da indústria antes de dar início à implementação da solução de BI operacional.


O desafio, no entanto, compensa. Com o BI operacional, as empresas podem, indiretamente, reestruturar seus sistemas operacionais, à medida que ele otimiza, moderniza e integra toda a infra-estrutura de Business Intelligence da companhia, aprimorando e agilizando a tomada de decisões estratégicas e operacionais.


David Fernández é diretor comercial da InfoBuild Brasil.

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