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Vamos dar boot?

Sempre que surge uma grande inovação e essa inovação causa uma transformação radical no mercado, o remodelando por completo e enterrando as antigas tradições daquele setor, ocorre a chamada disruptura.  Ela tem sido uma das principais responsáveis pelas mudanças na forma de consumo dos últimos anos e parece estar no radar, tanto das empresas tradicionais, quanto daquelas que estão chegando agora no mercado.  Fato é que ações inovadoras são a menina dos olhos do momento e estar atento a elas é crucial para os negócios e para os consumidores. “A disrupção é a oferta de uma solução inovadora que muda o formato do consumo tradicional, o modelo de negócio e a relação com o público. Quando falamos de um produto específico, a disrupção seria identificar um uso diferente, como o desenvolvimento de novas fórmulas, tamanhos ou entregas que façam mais sentido para o negócio”, explica Damian Pirichinsky, Diretor de Marketing Mercosul da Kellogg´s.  
As transformações vividas no mundo, claramente, causam impacto na forma de se relacionar com serviços e produtos, desta maneira, é impossível que o universo dos negócios passe ileso diante de tais mudanças. “O mundo muda, as pessoas mudam e os mercados se alinham e mudam. É algo irrefreável. Vivemos uma nova era em termos de comunicação, de transparência, de globalização e não há como achar que os mercados continuariam sendo o que foram no passado. Não se trata de clientes mudando apenas, mas sim de um amplo e profundo movimento de realinhamento. Mudanças provocando mudanças”, avalia Valter Pieracciani, Sócio-Diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas. Para ele, o que acontece no mundo é o que rege o surgimento de inovações. “Vivemos a economia e o mundo líquido, onde tudo flui e muda o tempo todo. A verdade é que profundas mudanças socioculturais estão abrindo brechas para inovação disruptiva, ao mesmo tempo em que produtos e serviços que amávamos passaram a ser completamente irrelevantes. Em outras palavras: inovação acelerada em todos os lados. Pode escolher se quer: ser ´trator´ ou ´estrada´.”
O jogo virou
Uma das principais rupturas que vemos na atualidade é a maneira de se consumir, não só como a tecnologia influencia no perfil de consumo, mas também em como as facilidades digitais colocaram o consumidor no centro de qualquer negócio. “O poder está na mão de quem consome e não mais de quem desenha o produto ou possui a manufatura. Na economia digital, a matéria prima são as grandes ideias, implementadas de forma ágil em plataforma tecnológicas e tecnologias em nuvem. Tudo isso temperado pelos novos e jovens empreendedores, com o baixo custo e escala usando tecnologia e internet”, revela Felipe Pontieri, Diretor de Tecnologia da Livelo.
Além disso, esse consumidor se sente atraído por novas experiências e valoriza novos tipos de serviços. “O cliente atual busca a melhor relação de valor e não mais a de custo. O conceito de valor para o cliente está presente na sua decisão de compra. Valor é diferente de preço. Os aspectos de sustentabilidade, responsabilidade social, preservação do ambiente, passam a ter um peso significativo nas relações de consumo e as empresas que ainda não se preocupam com esses aspectos tendem a perder posições no mercado”, explica Sérgio Dias, economista e consultor do Sebrae.
O ideal é que as empresas prevejam uma demanda do público e surjam com essa solução, tendo em vista tal processo, alguns segmentos estão mais sujeitos a passar por disrupturas do que outros. “Alguns setores correm maiores riscos basicamente porque existem muitos problemas conjunturais e estruturais para atender bem os cliente ou usuários. Por exemplo, o segmento de transporte tem uma demanda tão alta no mundo e a complexidade da estrutura de transporte é tão alta que o nível de serviço para transporte é na maioria das cidades insatisfatório para os consumidores. Isso faz com o ambiente ajudasse no sucesso da disrupção gerada pelo Uber. A partir de um modelo de negócio que criou uma oferta que não existia (carros particulares ociosos) associada à alta demanda de pessoas precisando se transportar e ao um novo comportamento das novas gerações, somado à uma usabilidade completamente nova, foi criada uma disrupção e mudou de maneira definitiva o mercado de transporte particular no mundo”, esclarece Ronald Domingues, Diretor de Finanças e Estratégia da Multiplus.
As companhias precisam estar atentas para as oportunidades e criarem dentro das empresas um ambiente que propicie o desenvolvimento de novas ideias e inovações. “É importante criar um ambiente inovativo na empresa e fazer com que sua equipe colabore e participe da geração de ideias e que essas ideias sejam selecionadas e avaliadas para se tornarem produtos e serviços inovadores”, comenta Dias, que recomenda também que as empresas estejam à frente da demanda do mercado: “Há também as demandas que são criadas pelas empresas sem que o mercado consumidor sinalize.  Os gadgets são um exemplo disso. O consumidor não tinha manifestado sua necessidade, que lhe foi inoculada pela empresa fornecedora”.
Disrupção ou novidade?
Quando se trata de disrupção, ocorre muita confusão quanto ao que seria de fato uma inovação que causa uma ruptura ou uma novidade que modifica apenas alguns pontos do negócio.  Algumas organizações ainda encontram dificuldades de colocar em prática essa mentalidade de disrupção e acabam ficando um pouco dentro da zona de conforto. “Entendemos que há muita confusão mesmo entre inovações disruptivas e inovação incrementais (que geralmente são brechas no mercado). Disrupção é quando há um rompimento na forma de consumo e uso de pessoas a um determinado serviço ou produto e é natural a confusão, pois algumas empresas atualizam seus produtos e serviços a uma usabilidade que tem mais aderência ao consumidor, mas faz questão de manter os canais, a forma de relacionamento, a precificação e outras características chave do modelo de negócio. Tradicionalmente empresas já consolidadas vão ter dificuldades em gerar disrupção pois de maneira natural há um apego com o modelo de negócios atual e muitas vezes uma disrupção pode reduzir a rentabilidade e lucratividade dele que não é algo satisfatório no curto prazo de qualquer empresa. Por isso que no meu entendimento, as disrupções são protagonizadas por startups, pois há um conservadorismo natural das grandes empresas”, finaliza Domingues. 
Confira as matérias do especial:
Mudanças socioculturais impulsionam rupturas no mercado
Empreendedores precisam estar atentos para as oportunidades de mudanças
Alguns segmentos do mercado estão mais propensos a passar por transformações
Observar demanda do público é a chave para mudar o mercado
Movimento de disrupção leva empresas a reverem seus próprios serviços
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Cerca de dois terços das grandes empresas ao redor do mundo enfrentam altos níveis de disrupção em seus setores
Escolha do modelo depende do caminho que a empresa quer seguir
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