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A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu 95,3% em abril de 2014. Este resultado foi maior que os 95,2% observados em março, porém mais baixo que a pontualidade de 95,6% verificada em abril do ano passado. Isto significa que, durante o mês de abril desse ano, a cada 1.000 pagamentos realizados, 953 foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias. Vale notar ainda que dos quatro primeiros meses de 2014, a pontualidade de pagamentos foi menor que a do ano passado em três meses: janeiro (94,5% contra 94,7%), março (95,2% contra 95,3%) e abril (95,3% e 95,6%).
De acordo com os economistas da Serasa Experian, os menores níveis de pontualidade neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado decorrem do maior custo financeiro para as empresas (taxas de juros em alta) e do fraco dinamismo da atividade econômica. As micro e pequenas de serviços apresentaram o menor nível de pontualidade de pagamentos em abril/14: 94,3%. Nas empresas industriais a pontualidade em abril/14 foi de 94,7%, ao passo que nas empresas comerciais o nível de pontualidade atingiu 96,1%.
Em abril de 2014, o valor médio dos pagamentos pontuais cresceu 9,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior (R$ 1.953 contra R$ 1.826). O maior valor médio foi registrado pelos pagamentos pontuais das empresas de serviços (R$ 2.074), seguido pelo das empresas comerciais (R$ 2.007) e, por fim, pelas micro e pequenas empresas do segmento industrial (R$ 1.815).

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É bem verdade que o perfil dos consumidores tem mudado consideravelmente nos últimos anos. Mais conscientes, eles tem aproveitado o bom momento do mercado para acertar seus débitos em atraso. Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista Serviços, nos dois últimos anos, consumidores tem se preocupado mais em manter o nome limpo do que antes. “Observamos nos últimos anos um aumento das renegociações das dívidas em aberto. Os números mostram que tanto em 2012 como em 2013 o pagamento das dívidas teve um crescimento percentual superior ao registro de novas dívidas”, comenta.
Por outro lado, com o aumento das taxas de juros para esse ano, o acerto de contas pode ser comprometido. “Em um cenário mais apertado para o emprego e a renda e os aumentos recentes nas taxas de juros podem trazer maiores desafios para o setor de cobrança”, afirma Calife. E é justamente esse aumento nas taxas de juros que deve causar pequena elevação na inadimplência em 2014. “Alguns fatores que contribuíram para reduzir os registros de inadimplentes em 2013, como os menores patamares das taxas básicas de juros e mercado de trabalho favorável, não devem exercer as mesmas influências neste ano”, acrescenta o especialista.
Mas isso não deve afetar de forma significativa, já que, além de consumidores mais cautelosos, as empresas de oferta de crédito também estão mais seletivas. “Como a conjuntura econômica não deve contribuir para maiores quedas da inadimplência esse ano, a tendência é de que haja uma pequena elevação. Por isso, a seletividade na oferta de crédito dos concedentes continuará sendo um fator preponderante na contenção da inadimplência”, finaliza Calife.

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