Em setembro, o número de dívidas regularizadas, calculado a partir das exclusões dos registros de inadimplência do bando de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), diminuiu 1,64% em relação a setembro do ano passado. A retração deste mês praticamente repetiu o resultado de agosto, quando o indicador apontou queda de 1,66%. No acumulado do ano ─ janeiro a setembro de 2014 ante janeiro a setembro de 2013 ─ a quantidade de dívidas renegociadas recuou 1,12%.
Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, a redução da quantidade de pendências quitadas ─ tanto na base anual quanto no acumulado do ano ─ reflete o enfraquecimento da atividade econômica que, aliado a níveis elevados de inflação e de taxas de juros, faz com que a confiança dos consumidores também seja prejudicada. “Estamos presenciando uma dificuldade cada vez maior para que o consumidor pague as dívidas em dia e recupere as pendências em atraso”, afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Já o número de exclusões de pessoas inadimplentes nas bases do SPC Brasil em setembro recuou 0,11% em relação a agosto deste ano. Essa piora na comparação mensal veio após um recuo de 2,92% verificado no mês anterior. “A queda um pouco mais modesta pode ser explicada pelos feirões de renegociação, comuns neste período do ano, e pelo pagamento do 13º salário pelo INSS a aposentados e pensionistas”, explica.
Os economistas do SPC esperam um panorama de melhora na recuperação de crédito nos próximos meses, refletindo um movimento típico de final de ano, em função do recebimento das parcelas do 13º salário e dos feirões de renegociação de dívidas. “É natural nesse período do ano que o consumidor use parte do 13º salário para quitar dívidas para poder comprar a prazo no Natal”, afirma Kawauti.