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O reflexo das taxas de juros

O aumento do acesso ao crédito experimentado recentemente no Brasil e a conseqüente redução nas taxas de juros tem influência direta na variação dos números da inadimplência no País. Com o alto número de negociações de empréstimo, financiamentos, investimentos, sendo realizados a baixos juros, os índices de dívidas pendentes oscilam, como verificado pelo professor do departamento de Economia da PUC-Rio, José Márcio Camargo. “Por enquanto, os índices de inadimplência continuam altos e até crescendo. A expectativa é que com a taxa de juros mais baixa, o cliente possa ir ao banco e pedir dinheiro emprestado para pagar uma dívida anterior. E esse dinheiro vai com uma taxa de juros mais baixa. Pode-se pegar um empréstimo a 30% e pagar uma dívida anterior. Isso reduz a taxa de juros do tomador de empréstimo e consequentemente facilita o pagamento da dívida, o que faz com que a inadimplência caía, mas, por enquanto, a inadimplência continua alta”, aponta.
Apesar desse cenário, Márcio afirma que a grande questão para os bancos não é a taxa de juros e, sim, a situação do spread. “O grande problema dos bancos não é a taxa de juros, o que gera renda para os bancos é o spread entre os juros. O banco é só um repassador, pega dinheiro emprestado de um cliente e repassa para outro. Esse spread, essa diferença, também está diminuindo, o governo está forçando a diminuição dessa diferença”, enfatiza. 
O professor comenta que ao forçar a caída do spread, o governo impacta nos ganhos dos bancos com os empréstimos, que passam a ser menores. Porém, ele rechaça que mesmo com uma diferença menor, o aumento da demanda por crédito influenciado por uma diminuição nas taxas de juros, pode gerar um lucro maior para as instituições financeiras.    “Não é o que acontece nesse momento, os bancos estão muito restritos na oferta de crédito. Mas, eventualmente, quando as pessoas estiverem menos endividadas, quando a situação melhorar do ponto de vista da inadimplência, é bem possível que o bancos aumentem a oferta de crédito e isso pode até fazer com que os bancos tenham mais lucro do que antes” conclui.

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