Você provavelmente já ouviu falar alguma coisa sobre cloud computing e, como a maioria das pessoas – inclusive eu, ainda permanece na dúvida se isso é mais um modismo ou expressão nova que os fornecedores de TI criaram para vender mais do mesmo.
Admito que o conceito pareça atrativo, pelo menos numa primeira análise. Consumir serviços de informação como consumimos energia é bem interessante. Por exemplo, ao desligar as lâmpadas de nossas casas quando saímos de férias, pagamos contas mais baixas. Também apreciamos a possibilidade de acender todas as luzes e ligar muitos aparelhos simultaneamente quando preparamos uma festa, mesmo que tenhamos que pagar algo a mais pelo pico de consumo no final do mês.
Usando esse mesmo modelo, a idéia central por trás do cloud computing é a contratação, uso e pagamento de tecnologia de informação como serviço. Como estamos falando de algo bem mais diverso que energia estável na tomada, a complexidade de entendimento e gestão desses recursos é indissociável – e tudo indica que ainda temos um longo caminho até que as coisas se dêem de forma tão simples quanto na compra de energia elétrica. Vamos tentar organizar o raciocínio por categorias de serviços, concentradas no mundo empresarial.
A primeira categoria, mais óbvia de todas, é a infraestrutura pura. Consumimos capacidade de processamento por demanda, traduzida em mais servidores disponíveis para determinado produto ou serviço. Isso significa aumentar a capacidade da empresa de venda de ingressos pela web somente no momento do lançamento do show do U2 e da Receita Federal no último dia do imposto de renda. Em outros momentos, onde o número de acessos simultâneos não é tão intenso, o consumo de recursos fica reduzido. Hoje já existem serviços que aumentam automaticamente os servidores em uso de acordo com a carga a qual eles estão submetidos, em alguns poucos segundos. Impressionante! Evidentemente, a empresa cliente desses serviços paga uma conta adicional no final do mês ao consumir mais recursos nos seus momentos de pico.
Em segundo lugar, um nível mais alto, há serviços básicos dos negócios como e-mail ou pacotes de escritório. São produtos bastante padronizados, pagos também por demanda. Já estamos acostumados com esse tipo de oferta por muitos players do mercado. Notemos caro leitor que nesse modelo não se compram mais licenças de software, passando para um modelo de pagamento periódico enquanto durar a prestação do serviço.
Finalmente, observamos as plataformas de aplicações empresariais mais complexas. Nessa terceira oferta, os níveis de personalização são muito altos, assim como as necessidades de integração com aplicações já existentes no negócio. Estamos aqui tratando de assuntos como sistemas integrados de gestão, relacionamento com clientes e gestão de processos de negócios. Ainda que muito se tenha avançado, acredito que estamos apenas engatinhando nas possibilidades que surgirão para negócios mais flexíveis, ágeis e capazes de atender as demandas de grandes quantidades de clientes.
Mãos à obra!
Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.