É hora de virar o jogo, de novo…

Quando recorremos à memória para relembrar a história que ajudamos a construir, muitas coisas boas e outras nem tão boas assim revivem. Um dos primeiros marcos é a introdução da tecnologia na atividade, no início da década de 90, que a meu ver é o primeiro divisor de águas entre os pioneiros, que desbravaram o mercado apoiados no ainda telefone com papel, e as primeiras centrais que começavam a automatizar algumas ações.
Uma das centrais pioneiras, ou telemarketing da época, a usar um DAC foi a Abril, entre 1990 e 1991. Aí fui para a Editora Globo implementar o telemarketing ativo e depois no Unibanco. Durante o processo do Unibanco conheci a Marina Foster que estava com problemão nas mãos: a multinacional que ela trabalhava decidiu internalizar tudo e ela, muito ética, me passou dicas, coordenadas e repassou os fornecedores – as empresas de telemarketing ativo – para eu trabalhar. Agregou expertise a minha operação e não deixou as empresas na mão, o que seria o caos para o mercado. Seria uma onda de quebradeira. O resultado foi que começou a ´cair´ contrato e o pessoal administrativo teve que rebolar para atender a demanda. Foi uma grande virada para o banco, na época. E poucos faziam este serviço de forma mais profissional, com a automação de muitas ações. Foi a virada da tecnologia no mercado.
Com estas experiências resolvemos montar o nosso negócio. Foi quando nasceu a TMKT, em meados de 92. O grande avanço técnico que ganhamos foi entre 93/94, com o governo Collor. Uma das poucas coisas boas que ele fez foi promover a abertura. Ela foi muito importante para o nosso negócio. Depois, o mercado começou a vive uma outra boa onda com a privatização principalmente das operadoras de telecom. Imagine que um de nossos primeiros investimentos foi comprar linhas telefônicas e chegamos a pagar US$ 3,5 mil cada uma para deixar de pagar aluguel, como era a estratégia de muitos. Aliás, nós também começamos a operação alugando linhas telefônicas.
Outro movimento importante foi o impulso que o telemarketing ativo ganhou com a queda da inflação. Muitos investidores redirecionaram suas atenções à área de vendas, não mais no mercado financeiro. No campo da tecnologia, um movimento que chegou a levar muitos empresários a montarem sites fora da capital paulista, para atender clientes e reduzir custos, acabou se revertendo.
O movimento sindical, que inevitavelmente se transformou em político, é mais ou menos desta época. Início dos anos 90. Formávamos um grupo de 8/9 empresas. O primeiro objetivo era fazermos acordos coletivos, pois até então era individual. Em 94, decidimos fundar o Sintelmark. A primeira diretoria foi formada pelos participantes do movimento. Eram ?????? – ver com a Rose. Seu primeiro endereço foi na TMKT, em Pedizes. Pouco depois, por volta de 96, fui convidado a participar da ABT e criamos, com outro bom grupo de amigos, a Pesquisa Anual d ABT, que apesar de gerar muita polêmica é o único referencial do mercado hoje.
Tenho orgulho de dizer que mostramos ao mercado nossa política de investir na profissionalização. O piso da categoria que na época era de 1 salário mínimo chegou a R$ 380, quando eu era presidente do Sintelmark, há dois anos, quando fui convidado a assumir a Abemd. Mais que triplicamos o piso salarial e introduzimos a participação sobre lucros e resultados, o PLR. Estas ações contribuem para melhorar a imagem e foram avanços importantíssimos, mas acho que ainda temos muitos o que fazer pela atividade.
Levei um susto quando fui convidado a presidir a Abemd. Mas consegui levar minhas teses, que nunca escondi de ninguém, que era fortalecer nosso mercado. Com um bom grupo de trabalho, realizamos uma pesquisa entre os associados e começamos implementar ações estratégicas nas áeas educacional, revitalizamos o almoço de associados com conteúdo, demos um excelente saldo no Prêmio e a fusão com outras entidades, como com o IDBM, que está prestes a acontecer. Esse é o modelo e incorporação, com um contrato estabelecendo regras claras e objetivas, que deve prevalecer. Sempre acabei sendo muito criticado pelas minhas posições mas acho que se todos envolvidos na atividade de relacionamento com clientes se unissem seríamos muito mais fortes.
Teríamos um mercado mais forte, empresas mais fortes e entidades respeitáveis. Não quero dizer que as atuais não são respeitáveis. Elas conseguiram seu espaço, mas acho que chegou a hora de se unir. A própria ABT deveria se integrar nesse processo, unindo-se à Abemd, para termos uma única entidade. Quando me convidaram para ser presidente da Abemd fui claro em meus preceitos. Fiz o que me comprometi, implementando o conceito de gestão emprearial, indiquei o Efraim como cargo de Presidente remunerado, e entreguei a batuta. Aí, temos um Conselho forte com competência para fazer um presidente atuante que siga as regras do jogo, estimulando as atividades, fomentando negócios e defendendo os interesses. E acho que este é o caminho.
Alexandre Jaú é fundador do Sintelmark e da TMKT/MRM e membro do conselho da Abemd.

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