A crise não será motivo de estagnação para quem trabalha sério e com respeito por seus clientes; investe em tecnologia e inova sempre; busca novos canais de comunicação com o mercado e consegue interagir com os públicos-alvo. Um período de crise é também um cenário repleto de novas oportunidades. Em momentos como este que me lembro de uma frase de meu avô: “Quando o mercado está bom para todos, temos que ser a empresa que mais vende. Quando está ruim para todos, temos que ser a única empresa que vende!”.
Esta não é a primeira e não será a última crise pela qual passa o mundo moderno. Mas é a primeira na qual a informação e a desinformação são transmitidas de forma tão rápida. O impacto de boatos ou especulações, transmitidas sem cuidado e acessadas por milhões de consumidores, é que pode causar temor e incertezas. A acomodação do mercado e redução do consumo são movimentos naturais, e tais incertezas aumentam a possibilidade de retração em alguns setores, mas por alguns meses, não mais do que isso. Podem até mesmo causar a redução do ritmo da produção industrial e desemprego, mas não podemos nos deixar levar pelo temor exagerado. Temos de lembrar: crise e oportunidade estão diretamente ligadas.
E as oportunidades dos próximos anos estarão cada vez mais ligadas à inovação. Nas últimas duas décadas vivenciamos uma revolução tecnológica sem precedentes, principalmente, nas possibilidades geradas pela capacidade e velocidade cada vez maiores que temos para transmitir, armazenar e acessar informações. E, nos últimos dez anos, esta revolução passou a afetar de forma decisiva o comportamento das pessoas, em especial os hábitos e a forma de adquirir produtos e serviços. Quem chegou a 2009 achando que, por causa da tecnologia, os consumidores estão mudando, está muito atrasado! Os consumidores já mudaram! Mudaram várias vezes nos últimos anos e mudarão muitas outras, em ciclos cada vez mais curtos.
Quando questionados sobre confiança na hora de escolher um produto: 78% dos consumidores confiam mais em sua própria capacidade de pesquisa, 74% na indicação de um amigo ou parente, e apenas 33% confiam, em quinto lugar, nas reportagens de revistas, TV, sites ou jornais. A forma de comprar não é mais a mesma e a maneira como as empresas e as pessoas se comunicam e se relacionam também mudou.
Para ilustrar esta realidade cito dois exemplos. Em dezembro de 1992 foi enviada a primeira mensagem de texto entre celulares e, 15 anos depois, o número de torpedos enviados é superior a cinco bilhões por dia! E quanto à audiência dos meios de comunicação: para atingir 50 milhões de clientes o rádio demorou 38 anos, a TV 13, a Internet quatro, e o Facebook apenas dois anos. Daí a importância de cada empresário, estrategista e profissional de vendas e marketing estar mais do que simplesmente presente na internet. É necessário estar um passo adiante, buscando novas formas de colocar-se disponível no mercado. Inovação é mais do que uma necessidade para diferenciar-se, é uma questão de sobrevivência.
É preciso antecipar desejos e necessidades dos consumidores, reter a atual carteira de clientes e rentabilizar ao máximo cada nova venda da empresa. Surpreender, encantar e cativar o cliente com serviços e produtos melhores, além de pertinência e relevância na comunicação, medindo os resultados dos investimentos. Foi-se o tempo em que vender era uma tarefa fácil. Hoje o cliente escolhe o que, de quem, como e por que compra. Estas mudanças refletem como o marketing saiu de uma era de glamour para um tempo no qual conta mais a eficácia. Em tempos de oportunidades, valem os resultados e a inovação!
Claudio Nudelman Goldztein é diretor geral da Embrace Marketing de Relacionamento. ([email protected])