Hoje, os projetos empresariais têm como característica frequente a presença de algum elemento de TI em sua concepção. Considerando que ela trata de um conjunto de aspectos muito técnicos, tipicamente não dominados pela linha de negócios, que providências deveriam ser tomadas para alinhar as expectativas e responsabilidades das duas áreas? Podemos elencar algumas ações para mitigar os riscos da falta de entendimento e insatisfação com os resultados dos projetos.
Prioridade número um deve ser o foco nos objetivos. Vale aqui determinar uma métrica de sucesso principal, que deve ser comparada no “antes e depois” do projeto. Se puder ser quantitativa, melhor. Se puder ser traduzida em dinheiro, melhor ainda. Sugiro a eleição de apenas uma, porque evita distrações no caminho.
Passemos à sintonia das definições de negócios. É relevante estabelecer o vocabulário de negócios. Isso significa a formalização de um léxico próprio, ou seja, o universo de palavras e definições que irá compor a “língua” do projeto. A segunda providência que funciona é o uso constante de protótipos validados pelos membros da equipe de projetos. Aqui vale a máxima: “uma imagem vale mais que mil palavras”.
Porém, um dos maiores riscos ao qual estamos expostos é de ruptura nos modelos de dados. Isso ocorre quando um requisito de armazenamento de informações de negócios não foi considerado na elaboração do esquema do banco de dados. Os cuidados giram em torno das definições de regras de negócios que falam sobre relacionamento entre duas entidades do negócio. Ilustremos com um exemplo: “nossos serviços são sempre amarrados a um contrato, que tem um contratante definido”. Se, em algum momento, surge uma nova forma de contratação com um instrumento guarda-chuva e diversos contratos sob ele, há risco de quebra do modelo de dados. As alterações podem impactar em prazos e custos.
Fora isso, o uso de casos ajuda tanto na prevenção de ruptura do modelo de dados quanto nos momentos de homologação e aceite dos projetos. A metodologia situacional procura auxiliar na validação das variações de comportamentos do negócio refletidos no projeto. Os casos de negócios formalizados sob a forma de roteiros de testes, construídos o quanto antes no ciclo do projeto, antecipa falhas de qualidade e atrasos no aceite dos produtos.
Por último, uma providência de governança. É fundamental discutir a operação e manutenção evolutiva do projeto, junto com a distribuição de responsabilidades e critérios de priorização. Mãos à obra!
Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.