Em vários campos da economia mundial, percebe-se a presença cada vez maior de empresas brasileiras e a participação crescente do mercado consumidor brasileiro dentro das estatísticas dos maiores mercados mundiais. E não é diferente com a telefônica celular, que elevou o Brasil à posição de 5º. maior mercado mundial com cerca de 112 milhões de assinantes em outubro deste ano, atrás somente de China, Estados Unidos, Índia e Rússia.
Diante de números tão expressivos, seria de se esperar um mercado muito dinâmico, marcado por um aspecto principal, que é o enorme número de celulares pré-pagos – 80% do total da base de assinantes, fruto do modelo de negócios adotado pelas operadoras e governo brasileiro no início da privatização do sistema telefônico nacional.
Face à necessidade das operadoras de aumentar o valor médio da conta do celular (ARPU), iniciou-se a cerca de três anos um intenso trabalho de agregação de valor aos serviços prestados aos usuários e, com isto, desencadeou-se uma enxurrada de aparelhos com maiores e melhores recursos – os Smartphones.
Pode-se chamar de smartphone todo aparelho capaz de processar informações com grande velocidade, gerenciar bancos de dados, acessar internet de forma rápida e autônoma, se conectando com inúmeros servidores para envio e recebimento de informações, sendo a aplicação de maior destaque o e-mail móvel.
Embalados pela possibilidade de acessar seus e-mails de qualquer lugar do mundo, os usuários aderiram rapidamente à novidade e iniciou-se assim a corrida dos smartphones com o grande sucesso do Blackberry na América do Norte e Europa e, mais recentemente no Brasil, seguido por outras marcas já conhecidas como Palm, Motorola, Samsung, estimulando o surgimento de novas marcas como Qtek, I-Mate, HTC e Elef, esta última sendo a primeira marca brasileira entre os fabricantes de smartphones.
Mudaram também as plataformas e sistemas operacionais. Destacam-se, hoje, três no mercado brasileiro – Windows Mobile (Microsoft), Symbian (Nokia, Sony Ericsson, entre outros) e Palm, cada uma delas com características diferentes, mas objetivos comuns – dar suporte a aplicações de e-mail, gerenciamento das informações pessoais (PIM) e acesso remoto a servidores empresariais e pessoais.
No mercado corporativo brasileiro, é cada vez maior o número de empresas que utilizam smartphones, substituindo notebooks e posições de trabalho por aparelhos cada dia menores e com maior capacidade de processamento e conectividade – GSM/EDGE, Bluetooth, WiFi, Infra-vermelho, etc. Inicialmente, foram as empresas onde os processos logísticos influenciam de forma crítica os resultados empresariais, como é o caso das indústrias farmacêutica, de bebidas, cigarros, seguros, etc. Também aquelas que viram no investimento em smartphones, uma forma de colocar os vendedores na rua por mais tempo, com total conexão com o escritório e muito mais produtividade, com processos de automação de força de vendas (SFA), ou de coleta de dados em campo, tendo como grande destaque o caso da CET, em São Paulo.
No Brasil, o mercado de clientes pós-pagos representa cerca de 22 milhões de usuários, sendo certo que, grande parte deste número é de clientes corporativos. A estimativa de venda para 2007 é de cerca de 400 mil aparelhos e, para 2008, estimam-se cerca de um milhão de novos aparelhos, o que representa um crescimento formidável da venda de smartphones e mostra que a penetração deste tipo de produto ainda é muito baixa ante a base de clientes pós-pagos. Incrível é olhar para trás e perceber que, a menos de 10 anos, mal havia telefones para poucos e ricos felizardos e que, hoje, milhões de usuários se beneficiam de serviços cada vez mais inovadores.
Aguardemos a vinda da telefonia de 3ª geração, com novos e inovadores serviços, e que surjam novos aparelhos e novas possibilidades que tornem a nossa vida cada dia mais fácil, nos permitindo fazer de tudo, em qualquer lugar.
Ricardo Luiz é diretor de canais da Elef Tecnologia. E-mail: [email protected]