Quando falamos sobre sustentabilidade, obviamente nos referimos a questões ambientais do planeta e também a inúmeros outros fatores que contribuem para que alcancemos uma vida melhor e mais duradoura. Tudo isso é verdade, mas desejo fazer um convite à reflexão sobre outro tipo de vida que também precisa ser sustentável: a vida de uma empresa.
Para muitos, as empresas não passam de instituições inanimadas, que servem apenas como plataformas para a criação e negociação de produtos e serviços. Afirmo que, nelas, há vida sim! Uma vida regida pelas pessoas que ali atuam, da menor à maior posição. Pessoas que precisam de diretrizes e sonhos e que se agrupam em equipes, as quais devem estar sob o comando de alguém: o chefe!
A figura do chefe sempre existiu. Mas, hoje, a modernidade corporativa e os novos modelos de gestão criaram uma nova nomenclatura para o chefe: Líder. Há os que vão mais além, pois alguns estudiosos tentam categorizar a figura do líder em situações, estilos, papéis etc. Outros os “behaviorizam”, ou seja, os identificam por comportamentos.
Respeito todos os estudos, mas devo salientar que eles perdem sua funcionalidade quando, na prática, os líderes não são rentáveis. Resultados tangíveis ($) sempre encabeçaram as exigências dos acionistas, no que se refere à escolha de líderes para suas organizações. Do mais genocida ao mais colaborativo, todo líder possui, como primeiro item de sua cartilha, a geração de lucro. Isso faz parte do jogo! Contudo o problema se instala a partir do momento em que o resultado se torna a única razão da existência do líder, e o alto escalão, equivocadamente, crê que os resultados geram excelência nas pessoas, quando, na realidade, a regra é justamente contrária. São as pessoas que garantem a excelência e a sustentabilidade dos resultados! Vivemos num mercado competitivo e vence quem tiver mais competência para atrair o recurso do cliente, fortalecendo-se, assim, financeiramente.
Deve-se começar pelas pessoas, pois são elas as responsáveis pela sobrevivência de uma empresa. Afinal uma empresa se torna competitiva pela inovação e pelo conhecimento, ambos valores que advêm das pessoas. Mas como motivá-las? É nesse momento que entram em ação os líderes sustentáveis. Presenças que servem como referência ética e moral, assumindo o papel de despertar, nas pessoas, o “querer” fazer. Possuem a responsabilidade de se preocupar com o sonho individual de cada colaborador, estimulam os talentos e, sobretudo, proporcionam as oportunidades para que os talentos sejam revelados e aproveitados.
É inútil buscar incessantemente resultados sustentáveis sem perceber que as sementes, para a tal sustentabilidade, encontram-se dentro das pessoas. Líderes sustentáveis são aqueles que regam, continuamente, cada semente. Como colheita: o sucesso.
Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Consultoria & Treinamento. E-mail: [email protected]