Para quem, como eu, sobrevive no campo minado da criação e disseminação de mensagens, a questão em resumo é como transmutá-las em algo tão vital quanto o oxigênio.
Acreditem, é simples. Aliás, tem que ser simples, embora não seja fácil. Demanda muita disciplina e esforço. E parte desse esforço será o de simplificar. O processo pode ser facilitado se você, sempre que terminar de criar uma mensagem, fizer três perguntas.
1 – A sua mensagem leva a uma ação imediata?
Quando você motiva as pessoas a tomar alguma ação, mesmo que pequena, elas ficam mais propensas a tomar outras. Um consultor que conheço costumava abrir suas palestras pedindo para as pessoas virem para a pessoa ao lado, apertar-lhe a mão e convidá-la para ser seu sócio. E continuava: “se você não fizer isso rapidamente, o que eu vou pedir em seguida vai soar ainda mais estranho”. As pessoas sempre relaxavam a postura, apertavam-se as mãos e, a partir de então, ficavam bem mais abertas ao conteúdo do que lhes era passado.
2 – A sua mensagem surpreende?
Já percebeu que quando você vai de carro para um lugar pela primeira vez, a volta parece mais rápida? Isso ocorre porque o nosso cérebro apaga as mensagens que considera redundantes. Portanto, se a sua mensagem não surpreender em algum nível, o cérebro do destinatário vai apagá-la. Segundo Winifred Gallagher, autora de New, nós nos sintonizamos mais com coisas novas ou não familiares porque, em um nível mais profundo, o nosso cérebro acredita que elas podem ser portadoras de informações vitais sobre ameaças em potencial ou recursos ainda não explorados.
3 – A sua mensagem é relevante?
Quando o palestrante parece estar falando diretamente para você, é muito mais provável a mensagem ficar gravada em sua mente. O segredo é ser específico logo de cara. Quando você parte do particular, a audiência antecipa a conclusão geral. Quando você parte da generalização, a audiência boceja. Por isso, na construção de sua mensagem, procure um detalhe específico que reforce sua conclusão, o principal benefício que diferencia seu produto, seu serviço ou sua ideia, e comece com ele. Depois, construa sua história, ponto por ponto, como se estivesse atravessando um rio pelo “caminho das pedras” e mantenha, dessa forma, sua audiência envolvida até o final.
Até a próxima.
Fernando Guimarães é especialista em marketing de relacionamento. Atualmente, trabalha como diretor de criação da Incentiva Marketing. Email: [email protected]