Pleno emprego, e agora?



O ano de 2012 começou com anúncios oficiais que podem ser, de forma geral, considerados como excelente notícia. Em 26 de janeiro último, o IBGE anunciava que a “…desocupação fica em 4,7% em dezembro e fecha 2011 com média de 6,0%”.

Evidente que toda boa notícia também traz preocupações, quando analisada por diferentes perspectivas. Se para a população em geral o anúncio de uma situação próxima de pleno emprego é espetacular, ela é bastante preocupante para as empresas. Onde conseguir pessoal para seguir as operações e, eventualmente ter crescimento em 2012, o que elevaria a demanda já pressionada por recursos humanos? Já era sabido, há algum tempo, que determinadas categorias profissionais estavam com oferta muito reduzida, tais como engenheiros ou operários da construção civil, mas agora parece que a escassez domina boa parte do mercado de trabalho. A conclusão desses argumentos é que os ganhos de produtividade deixam de ser objeto de desejo e passam a ser obrigação! Sem eles, a maior parte das empresas estancará seu crescimento.

Há uma série de iniciativas distintas de produtividade, especialmente baseadas em melhorias de processos, amparadas pelas abordagens e tecnologias de BPM – Business Process Management. Três têm sido especialmente relevantes para as empresas, que discutimos a seguir:

1 – Busca incessante pela automação de atividades manuais: se falta gente, uma das possibilidades é reduzir o universo de atividades que tem de ser desempenhadas diretamente por pessoas. Apesar de todo avanço das tecnologias de informação e comunicação, ainda há um substancial conjunto de atividades passíveis de automação que são executadas por pessoas. As iniciativas relacionadas com esse tema compreendem: eliminação de retrabalhos; redução do padrão de execução; eliminação de passos de compilação manual de dados; automação de decisões controladas por políticas corporativas e aumento da cobertura funcional originalmente pensada para os ERPs. Em resumo, se antes construir determinadas automações era luxo, agora é necessidade.

2 – Padronização e simplificação de procedimentos: outra iniciativa é buscar a simplificação em um nível que permita reduzir competências e capacitações necessárias para executar determinadas atividades. A idéia é que quanto mais especializado for o profissional, maior a tendência de desequilíbrio na oferta e demanda. Estamos falando de iniciativas como: racionalização de formulários de entrada de dados; melhoria das interfaces de usuário; busca de redução de tempo e custo para treinamento de novos funcionários e, consequentemente, redução de perdas com a rotatividade das pessoas.

3 – Maior integração dos processos na cadeia de valor: objetiva ampliar o uso de uma plataforma de negócios comum na cadeia, envolvendo fornecedores, distribuidores, clientes etc. A idéia aqui é intensificar o outsourcing “consentido” para o próximo elo da cadeia. Por exemplo, em um processo de compras, fazer com que o fornecedor já elabore a proposta na plataforma comum, no formato correto para o cliente.

Ao atacar diretamente os problemas de falta de mão de obra, as empresas preservam a competitividade e criam condições para crescer.

Mãos à obra!

 

Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.

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