Estudo da KPMG mostra que, mesmo expressando medo e preocupação com o avanço da tecnologia, 84% acreditam em sua contribuição
A grande maioria dos brasileiros (84%) considera a inteligência artificial uma tecnologia confiável sendo que mesmo 56% dos que desconfiam estão dispostos a mudar de opinião, segundo estudo divulgado pela KPMG, o que representa o terceiro maior nível de confiança em relação à média global. Por outro lado, 19% dos entrevistados disseram estar relutantes sobre o uso desse recurso. O estudo global ouviu 17 mil pessoas de 17 países, sendo mil no Brasil.
“A inteligência artificial se tornou onipresente na vida cotidiana e no trabalho. Em um processo de inovação rápido, está transformando a maneira como o trabalho é feito e como os serviços são prestados. Nas organizações, esses recursos permitem melhorar as previsões, otimizar produtos e serviços, aumentar a inovação, estimular a produtividade e a eficiência e reduzir custos, entre outras aplicações benéficas. Dados os muitos benefícios potenciais que essas soluções podem proporcionar, o investimento nessa ferramenta continua a crescer em todos os setores”, comentou Ricardo Santana, sócio-líder de análise de dados da KPMG no Brasil.
Expectativas, medo e riscos
Quase todos os brasileiros têm expectativas boas ou moderadas em relação aos benefícios que a tecnologia poderá proporcionar, otimismo expresso por 93% dos entrevistados. Ademais, embora 77% deles já tenham ouvido falar em IA, o país ocupa a 12ª posição no ranking. Os brasileiros também expressam emoções positivas em relação à IA: menos da metade expressou medo (49%) ou preocupação (47%) com o avanço da IA.
Enquanto a maioria dos brasileiros espera que a IA produza benefícios, 82% deles se preocupam com os riscos do uso da tecnologia. Eles estão atentos, principalmente, às questões de segurança cibernética (66%), manipulação ou uso prejudicial (63%) e perda de emprego devido à automação (57%). Também nesse tópico — a percepção do risco relacionado ao uso de IA –, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global, sendo superado pela África do Sul e pela Coreia do Sul. Para Frank Meylan, sócio-líder de tecnologia, transformação digital e inovação da KPMG no Brasil e na América do Sul, “apesar de terem atitudes predominantemente positivas, os brasileiros não estão cegos para os riscos da IA. Tanto que ocupam o terceiro lugar nos indicadores de preocupação relacionados a uma série de riscos. A maioria também acredita que o impacto social da IA é incerto”.