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Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe

Cresce expectativa positiva dos brasileiros sobre o País para 2024 

A aprovação do governo atual termina o ano como começou, com 51% da população aprovando a administração, mesmo percentual registrado em fevereiro

O brasileiro chega ao final de 2023 mais otimista em relação ao próximo ano e à evolução do país nos últimos doze meses. Depois de mostrar recuo entre fevereiro e outubro, a perspectiva de melhoria de sua vida pessoal também voltou ao mesmo patamar que estava ao final de 2022. É o que indica a mais recente pesquisa “Radar Febraban” mostrando que quase seis em cada dez entrevistados (59%) acreditam que o Brasil vai melhorar em 2024, quatro pontos a mais que no mesmo período de 2022 (55%), às vésperas da posse do novo governo. Quanto aos pessimistas, esse contingente recuou nove pontos, de 26% para menos de um quinto agora (17%).

Para cerca de metade (49%) dos brasileiros o país está melhor do que no ano passado, maior percentual da série histórica no intervalo de 12 meses e que representa um salto de dez pontos em relação a dezembro de 2022. Já a avaliação de que o país está igual foi de 25% para 30% nesse período; e os que identificam piora caíram de 34% para 20% nos últimos doze meses. E, em relação à sua vida e da família em 2024, a perspectiva de melhora é elevada (74%), mesmo número de dezembro/2022. Aqueles que não vislumbram mudanças passaram de 11% para 14%, enquanto os que creem em piora oscilaram de 10% para 9%. A parcela daqueles que declara melhoria de vida em 2023 subiu três pontos no cotejo com dezembro de 2022 (de 43% para 46%).

Realizada entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), esta edição do “Radar Febraban” mapeia as expectativas dos brasileiros sobre este ano e para o próximo, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à política e à economia do país, e mensura como a população encara as compras de fim de ano, o endividamento, a Reforma Tributária, os golpes e tentativas de golpes bancários. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

Um pouco mais que a metade dos entrevistados (51%) aprova o Governo Lula, mesmo percentual registrado na primeira onda da sondagem em 2023, em fevereiro. Por sua vez, a desaprovação cresce de forma mais regular, aumentando seis pontos nesse período, chegando agora a 42%. “Os resultados desta edição de dezembro refletem o balanço positivo de 2023 e o otimismo com a chegada do novo ano. Isso está em linha com a melhora da percepção sobre sua vida pessoal, o que se pôde ver, por exemplo, com menor expectativa de inflação e a queda na perspectiva de endividamento, para o que deve ter contribuído o Programa Desenrola, apoiado pelos bancos. O sentimento das pessoas oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna 2024”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe.

Inflação

A opinião de que os preços aumentaram registrou queda de 25 pontos entre o levantamento de dezembro de 2022 (79%) e o atual (54%), tomando-se como referência, em cada rodada, o intervalo dos últimos seis meses. Paralelamente, os que apontam diminuição da inflação passaram de 10% para 24% no mesmo período, e a parcela que enxerga estabilidade dos preços praticamente dobrou, indo de 11% para 20%. No período de 12 meses – dezembro de 2022 ao corrente mês – o item “pagamento de serviços de saúde e remédios” foi o que mais cresceu em 2023, no rol de itens impactados pela inflação, saltando de 22% para 30%, empatando na segunda posição com “preço de combustíveis”.

“Alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico” permanecem isolados em primeiro lugar, com oscilação de dois pontos no intervalo reportado (de 68% para 66%). Também registraram oscilações para cima o item “valor da passagem de transporte público” (de 5% para 8%) e “planos de compra de veículos e imóveis” (de 3% para 6%).

Projeções

As projeções sobre os indicadores acompanhados pelo “Radar Febraban” apresentam pequenas oscilações, indicando que, ao lado do otimismo, há também dose de cautela quanto ao rumo da economia brasileira no futuro próximo: Impostos: a expectativa de aumento dos impostos termina o ano em 55% – o maior percentual foi em abril (59%) e o menor em junho e setembro (53%); Taxa de juros: em consonância com os recentes cortes na Selic promovidos pelo Copom, a expectativa de aumento dos juros diminuiu dois pontos (46%) comparativamente a dezembro de 2022 (48%).; Inflação e custo de vida: a projeção de aumento manteve-se praticamente a mesma entre dezembro de 2022 (45%) e dezembro de 2023 (46%); Acesso ao crédito: em dezembro de 2022, 40% acreditavam que ia aumentar. Esse número varia para 43% agora; Poder de compra: a expectativa de melhoria do poder de compra da população subiu de 36% para 39% de dezembro de 2022 até o momento; Desemprego: o receio de aumento do desemprego era declarado por 31% em dezembro do ano passado, oscilando agora para 34%.

Compras de fim de ano

Quase metade dos brasileiros acredita que irá comprar menos que no ano passado nas festas de fim de ano. Apesar do balanço positivo da situação do país e da vida pessoal em 2023, a expectativa para as compras de fim de ano é moderada, seguindo de perto as tendências de 2022: 48% dos entrevistados afirmam que irão comprar menos do que no ano passado (eram 46% em dezembro/2022); mantém-se o percentual que espera comprar mais (16%); e oscila para 34% os dizem que manterão o padrão anterior (eram 35% no mesmo período do ano passado).

Entre os itens mais cobiçados para as compras de Natal, “brinquedos” aparecem isolados num distante primeiro lugar (88% em pergunta de múltiplas respostas). Completam a lista preferencial de compras de fim de ano os eletrônicos e eletrodomésticos, que juntos somam 60%; e os produtos de beleza, que obtêm 30% das menções. Para as compras de fim de ano, a modalidade presencial tem a preferência de mais da metade dos brasileiros (55%), enquanto um quarto (25%) prefere fazer as compras online e 16% não fazem distinção e os influenciadores digitais são considerados importantes por cerca de quatro em cada dez entrevistados (37%).

Prioridades para a população

Pela primeira vez na série histórica do “Radar Febraban”, Emprego e Renda assumiu o topo do ranking de prioridades da população para a atuação do Governo Federal. Emprego e Renda: mais do que dobra entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, indo de 15% para 32%; Saúde: apesar do aumento de nove pontos entre o final do ano passado (17%) e o momento atual (26%), essa área recua para a segunda colocação, nesse período, agenda de prioridades; Educação: a citação a essa área cai de 20% para 12% ao longo do ano, registrando o movimento mais expressivo; Fome e Pobreza: juntamente com Educação também apresentou queda de oito pontos, saindo de 14% em dezembro/2022 para 6% agora.

Já em relação ao temas de Segurança, manteve o patamar de dezembro de 2022 (6%); Inflação e Custo de Vida: saiu da casa de dois dígitos (13%) para 6%, nos últimos 12 meses; Meio ambiente: subiu de 2% para 4%, sendo o maior percentual obtido no referido período; Corrupção: outro item que saiu da casa dos 2 dígitos (10%), caindo para 3% na atual rodada; Reforma Tributária, Infraestrutura e Políticas de Incentivo ao crédito comparecem com 1%.

Desejos dos brasileiros 

Comprar imóvel (31%), aplicar em investimentos bancários (poupança: 19%; outros: 25%) e reformar a casa (21%) mantêm-se, ao longo do ano, como os principais itens no quadro aspiracional da população. Mas, ao longo do ano ocorreram as seguintes variações: o intuito de aplicar em outros investimentos bancários fora a poupança subiu cinco pontos no período (de 20% para 25%); fazer cursos e melhorar a educação subiu quatro pontos (de 12% para 16%); vontade de viajar subiu três pontos (de 12% para 15%); desejo de comprar carro também variou três pontos (de 8% para 11%); comprar eletrodomésticos e/ou eletrônicos foi de 4% para 8%.

Endividamento do brasileiro

Em movimento descendente que se seguiu até setembro (38%), a perspectiva de diminuição do endividamento pessoal cresce a partir de então, tendo oscilado para 42% nessa rodada do RADAR. Isso se deve ao provável efeito do Programa Desenrola de negociação de dívidas do Governo Federal em parceria com os bancos, lançado em outubro desse ano. Com trajetória inversa, a expectativa de maior endividamento, embora em queda, ainda supera o percentual registrado na primeira onda deste ano (20% contra 15% em fevereiro/2023).

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