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Ricardo Cavalcanti, diretor do mercado local da Thoughtworks Brasil

Personalização, aumento de vendas e fidelização: a IA generativa transformando os serviços digitais

Com uma boa gestão de dados, essa tecnologia, somada às já existentes e a estratégias bem aplicadas, garante benefícios não só às empresas, mas também aos consumidores, mercado e sociedade

Autor: Ricardo Cavalcanti

Nas últimas décadas, presenciamos o surgimento de serviços online que não apenas causaram disrupção em setores tradicionais, como ressignificaram as interações cotidianas. Um exemplo disso é a Netflix, que surgiu como uma empresa de locação de DVDs pelo correio e evoluiu para uma plataforma de streaming com um vasto portfólio. A mudança incomodou a indústria do entretenimento ao mesmo tempo que revolucionou a maneira como o consumimos, deslocando os modelos de negócios do segmento e oferecendo às pessoas eficiência, conteúdo, personalização e experiência diferenciada.

O nascimento da Wikipedia também revolucionou a forma como acessamos informações, tornando ultrapassada a ideia de utilizar enciclopédias físicas. No mundo corporativo, ferramentas como o Slack e o Discord mudaram a comunicação, a colaboração e a operação nas empresas. Esses exemplos destacam o poder intrínseco da tecnologia em transformar setores inteiros.

A ascensão da IA generativa nos serviços on-line

À medida que a tecnologia avançou, a inteligência artificial e, mais recentemente, a inteligência artificial generativa, começou a desempenhar um papel vital na inovação contínua. Quando falamos de serviços online, em particular, há muitas oportunidades de forma a melhorar  a personalização, a experiência e a interatividade com as usuárias/consumidoras. Pela capacidade de criar conteúdos originais,realistas e interativos, , essa tecnologia traz, por exemplo, a possibilidade de marcas oferecerem uma gama ampla de serviços digitais ainda mais assertivos, estratégicos, direcionados e que trarão chances maiores de negócios.

Quando a utilização de modelos de IA generativa estiver mais madura, os impactos positivos não passarão despercebidos por quem consome os serviços digitais. A personalização aprimorada, juntamente com uma aplicação estratégica, proporcionará experiências mais certeiras e relevantes que, consequentemente, aumentarão a fidelidade das pessoas usuárias. Os serviços online podem se adaptar às preferências individuais de cada um, para atingi-la de maneira única. Isso cria uma sensação de conexão com a marca e atenção individualizada, o que intensifica a satisfação das clientes.

Temos como exemplo os chatbots, uma alternativa importante aos serviços digitais. A IA generativa, entretanto, promete elevar essa experiência a um novo patamar. Imagine um chatbot que possa não apenas responder a perguntas comuns, mas também criar diálogos fluidos e naturais, com vozes menos robotizadas, como se a pessoa estivesse, de fato, interagindo com um atendente humano. Isso melhora a qualidade do atendimento ao cliente, economiza tempo, custo e ainda aprimora a eficiência dos serviços.

IA generativa na prática: além das correlações usuais

Agora, vamos pensar em uma empresa de varejo on-line de moda que tem o desafio de melhorar a experiência de compra e aumentar as vendas por meio de recomendações personalizadas. Antes da aplicação da IA generativa, é preciso coletar uma série de dados de clientes para entender quem são essas pessoas, como histórico de compras, onde residem, faixa etária, preferências etc. Com as informações consolidadas, analisa-se as similaridades, correlações, tendências temporais e outros. Então, vem a fase de processamento, em que são geradas recomendações personalizadas com base em avaliações de pessoas usuárias. Por último, colocamos em prática as estratégias de impactar essas consumidoras.


É importante ressaltar que a IA generativa possibilita irmos além de análises e correlações mais usuais e superficiais. No caso de uma empresa de varejo de moda, conseguimos descobrir, por exemplo, através da Gen AI, que vendemos mais jaquetas durante o inverno, mas não em Recife, onde continuamos comercializando mais roupas de praia.

E quando falamos em impactar quem consome, não é por um caminho convencional de atingi-la com produtos que ela se interessa. A IA generativa permite uma hiperpersonalização de mensagens. Se utilizamos, por exemplo, uma estratégia de e-mail marketing, conseguimos customizar textos padrões de campanhas de forma individual para cada destinatária de acordo com o perfil.

Pensando nos benefícios para a empresa, esse processo trará, em resumo:

  1. Experiência de compra personalizada: clientes recebem sugestões de produtos que atendem às suas necessidades e preferências individuais
  2. Aumento de vendas: as recomendações personalizadas incentivam clientes a realizarem compras adicionais
  3. Fidelização de clientes: a experiência de compra diferenciada fortalece o relacionamento com clientes e aumenta a fidelidade à marca
  4. Refinamento contínuo: o sistema é atualizado e aprimorado com base no feedback e nas interações de clientes, resultando em recomendações cada vez mais precisas

Uma aceleradora de inovação

À medida que continuamos caminhando para um mundo cada vez mais digital, a inteligência artificial generativa emerge como uma aceleradora de inovação. E aqui, vale lembrar que não precisa ser mirabolante e revolucionária. Uma simples mudança de processos que traga benefícios às organizações já é uma inovação. 

Vale reforçar que, para obter bons resultados com a aplicação da IA generativa, é imprescindível que as organizações estejam maduras em relação à gestão de dados. Com uma boa gestão de informações, a inteligência artificial generativa somada às tecnologias já existentes e estratégias bem aplicadas garante benefícios não só às empresas, mas às pessoas consumidoras, ao mercado e à sociedade.

E falando em sociedade, busco sempre reforçar a importância de olharmos para o uso da tecnologia como um todo pensando também no impacto social. Agora, com a explosão da IA generativa, considero essencial puxar a reflexão: como nós, empresas, podemos e devemos atuar com esses modelos de forma que consigamos, efetivamente, causar impactos positivos na sociedade e no mercado de tecnologia?

Ricardo Cavalcanti é diretor do mercado local da Thoughtworks Brasil.

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