Kefreen Batista, vice-presidente de tecnologias da Globant

Preparado para a Black Friday? Cinco dicas para impulsionar o varejo

Avanços tecnológicos, incluindo IA e a análise de dados e CRM, estão remodelando o setor de varejo e oferecendo às empresas oportunidades sem precedentes

Autor: Kefreen Batista

O setor varejista está passando por uma transformação significativa devido ao crescimento das compras virtuais e à crescente popularidade da ‘terapia’ de compras no conforto do lar. Essa mudança confundiu as linhas do varejo tradicional e online, obrigando as empresas a se adaptarem e revolucionarem a experiência de compra. 

De acordo com o Google, a Black Friday de 2024 será melhor que a do ano anterior. Se em 2023, o tradicional período de liquidações surpreendeu negativamente tanto consumidores quanto lojistas brasileiros, pois houve uma quebra da expectativa conquistada nos anos anteriores, neste ano a aposta está em inovar nas formas de divulgação e no contato com o cliente.

Dessa forma, elenco abaixo cinco tendências comerciais essenciais para que as empresas possam permanecer relevante e prosperar no cenário de varejo, que se encontra em constante evolução:

1. Venda omnicanal: clientes buscam experiências personalizadas e integradas. Por exemplo, um cliente pode consultar de antemão qual o endereço da loja que contém o produto e o tamanho específico que deseja, para que ele possa ir presencialmente e experimentar. Essa demanda deve ser feita por meio de uma plataforma atualizada e com recursos de localização imediata que aponte o item no estoque. Dessa forma, pode-se promover uma conexão da lacuna entre o varejo online e o físico ao oferecer aos clientes a flexibilidade necessária para concluir a jornada de compra.

2. Experiência otimizada: a expectativa é que as vendas globais por meio do e-commerce no varejo ultrapassem US$ 6,8 trilhões até 2028, de acordo com uma pesquisa de mercado divulgada pela Forrester. Essa análise destaca o enorme impacto do comércio digital na economia global, proporcionando oportunidades para pequenas e médias empresas (PMEs) competirem. 

Para capitalizar nesse mercado crescente, as organizações devem estabelecer uma plataforma on-line robusta que equilibre facilidade de uso, segurança e funcionalidade, considerando um design responsivo que se adapte a diferentes tamanhos de tela; navegação intuitiva, incorporando barras de pesquisa fáceis de encontrar os produtos; e  gateway de pagamento seguro para proteger os dados do cliente e garantir transações seguras com processo de checkout fácil.

3. Compras móveis: um estudo recente divulgado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que, em 2023, o Brasil registrou um aumento de 10% nas vendas on-line em comparação ao ano anterior, o que resultou em um montante de R$ 185,7 bilhões ao setor. Para 2024, a projeção é ainda maior, podendo chegar a R$ 205,11 bilhões até o fim do ano.

No entanto, a crescente popularidade das compras por meio de dispositivos móveis traz consigo um problema recorrente:a alta taxa de abandono de carrinho. Pesquisas realizadas pela Forrester Research afirmam que 50% dos sites têm uma taxa de abandono de carrinho maior do que 50%. E, no Brasil, esse índice se encontra acima de 82%, de acordo com recente pesquisa da E-commerce Radar.

Uma maneira de resolver esse problema e reduzir o problema é entregar experiências convidativas que contenham o mesmo nível de qualidade das experiências de desktop. Isso envolve garantir tempos de carregamento rápidos, implementação de navegação intuitiva e criar um processo de checkout perfeito. 

4. Comércio social:  as plataformas de mídia social estão se tornando as novas vitrines da era digital, facilitando a comunicação direta entre empresas e consumidores, e oferecendo recursos de compras convenientes. A América Latina tem sido pioneira nesta modalidade de compra, e a previsão é que o Brasil lidere o caminho. 

De acordo com dados da Insider Intelligence e eMarketer, mais da metade dos compradores digitais no país (51,3%) devem adotar o comércio social em 2024. Por isso, é importante ter uma estratégia, implementando funcionalidades-chave que ajudem a entregar experiências perfeitas ao cliente, como checkouts no aplicativo que permitam que os clientes façam compras diretamente nas plataformas, como lojas do Facebook e checkout do Instagram. 

Outra opção é o comércio conversacional, com recursos de mensagens diretas que podem oferecer suporte em tempo real e abordar quaisquer questões ou dúvidas, além de catálogo que exiba os produtos em plataformas de mídia social de forma semelhante à forma como eles aparecem no site de e-commerce.

5. Internacionalização:  a estratégia envolve adaptar produtos, serviços, conteúdos e planos para repercutir no público local, considerando características únicas de mercado, preferências e nuances culturais. Com isso, as empresas estabelecem uma presença forte nos mercados internacionais e podem quebrar barreiras geográficas. 

Entre as etapas para incorporar essa estratégia, estão: plataformas para transações internacionais; implementar soluções para remessas transfronteiriças; suporte multilíngue para melhores experiências; adaptação do design e o conteúdo às preferências locais; além de oferta personalizada por meio da tecnologia.

Avanços tecnológicos, incluindo IA e a análise de dados e CRM (sistema de gestão de relacionamento com o cliente), estão remodelando o setor de varejo e oferecendo às empresas oportunidades sem precedentes. Com essas inovações, as organizações podem obter insights sobre as preferências do consumidor, aumentar o engajamento do cliente e criar jornadas de compras personalizadas.

Kefreen Batista é vice-presidente de tecnologias da Globant.

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