Quando o BI é visto como autópsia



Autor: Luiz Cláudio Menezes

 

 

Os inquestionáveis avanços da tecnologia de gestão de negócios proporcionados pelas soluções de BI (Business Intelligence) já começam ser reavaliados à luz de novos avanços da TI. Esta reavaliação ocorre, por exemplo, em face das novas tecnologias de BPM (Business Process Management) que começam a se disseminar e que concentram todas as vantagens do BI, mas com uma diferença básica e fundamental.


E que diferença é esta?


Sabemos que a grande virtude do BI está em realizar recortes temáticos altamente eficientes de tudo o que acaba de ocorrer, nos vários processos de negócios.


Além disso, com base nestas abordagens, o BI constrói consoles muito práticos e intuitivos para a visualização e correlacionamento de eventos que dizem respeito às diferentes esferas de decisão, tais como as políticas de vendas, o controle da produção e a condução financeira da empresa, cada qual com sua visão específica.


Mas são várias as diferenças entre as ferramentas de BI e os modernos modelos de BPM, principalmente os baseados em tecnologia CEP (Complex Event Processing), que possibilitam a articulação e visualização instantânea de milhões de dados e informações de processo em consoles altamente dinâmicos.


A principal diferença, porém, está num detalhe temporal. Enquanto as soluções de BI analisam fenômenos “ocorridos”, os novos modelos de BPM carregam a velocidade e os recursos necessários para uma perfeita sincronização com fatos e dados de processo em tempo real (ou seja, que “estão ocorrendo”).


Entre os diferenciais das novas tecnologias, estão recursos de monitoramento e garantia de transações providos por ferramentas tais como as de BTM, ou Business Transaction Monitoring, e  de BTA, Business Transaction Assurance, que comparecem de forma articulada nas soluções mais avançadas de BPM que começam a se expandir no mercado.


Falando metaforicamente, implicaria em dizer que, se o BPM assiste o acidente (ou a seqüência de transações e seus desdobramentos) ao vivo; o BI se concentra na autópsia ou na perícia criminal; ou seja: no acerto ou no erro passado.


Utilizando em larga escala no mercado financeiro global, os novos modelos de BPM em Real Time (já disponíveis mundialmente através da suite Progress RPM), começam a levar para as outras indústrias as vantagens da matemática de algoritmos aplicada a eventos de negócio.


No caso da indústria de telecom, estes avanços podem revolucionar várias áreas, tais como o controle de níveis de serviços de telefonia (SLAs) e as táticas relâmpago de captação de clientes ou de prevenção ao “churn”.


Ao enxergar todos os movimentos de mercado como uma pista de estrada vista a partir do pára-brisa, as empresas de telecom, dotadas de BPM, estarão muito mais competitivas que suas rivais embasadas em BI que, como na nossa metáfora, avaliam suas próprias ações a partir de uma visão oferecida apenas no retrovisor.


Na era do tempo real, ganhar ou perder alguns segundos pode representar a vitória em tempo recorde ou a constatação – cada vez mais comum – de que Inês é morta.  

Luiz Cláudio Menezes é presidente da Progress Software Brasil

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