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Fabio Dragone, diretor de digital, CRM, CX e inovação do Grupo Bradesco Seguros

Sete tendências para o mercado de seguros

O seguro é algo fundamental para a sociedade, trazendo tranquilidade para a vida da população em todos os seus aspectos e, por isso, precisa se adaptar rapidamente às mudanças 

Autor: Fabio Dragone

O mercado securitário apresentou bons índices de crescimento em 2022, com arrecadação de R$ 265,1 bilhões até setembro, o que representa um crescimento de 18,2%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Para 2023, as perspectivas do setor continuam positivas e devem ter como principais direcionadores iniciativas atreladas à inovação. Veja as principais tendências:

1 – Serviços Personalizados

Estamos na era da customização. O cliente quer um seguro que faça sentido para a sua vida. Isso demanda das seguradoras flexibilidade para permitir esta personalização, tanto no autoatendimento quanto na contratação por corretores, que devem atuar visando entender a demanda do cliente e oferecer a melhor solução possível. Neste contexto, 2023 é o ano em que as seguradoras deverão utilizar os seus esforços e inteligência de dados para direcionar possíveis inovações em seus produtos.

Permitam-me citar, apenas como um bom exemplo de seguro customizável, o ‘Vida Viva Bradesco’, que, inclusive, foi reconhecido com a medalha de prata no Innovation in Insurance Awards 2022, concedido pela EFMA/Accenture. Ele foi construído pensando nessa mudança de abordagem, passando de um produto pré-formatado para uma solução de benefícios, tendo sempre o cliente como centro da estratégia. O produto de Vida e Previdência conta com uma oferta de 17 coberturas e 12 assistências.

2 – Tecnologias comportamentais

Esse ano, esperamos que seja consolidada uma nova percepção do mercado segurador, saindo de uma gestão de riscos para uma posição de prevenção. O seguro é fundamental para a sociedade, oferecendo coberturas que trazem tranquilidade para a vida da população em todos os seus aspectos. Com o aumento da coleta de dados, viabilizada pela tecnologia, e os avanços na qualidade de conexão (5G), será possível – sempre com a autorização dos usuários – utilizar essas informações para atuar de uma forma muito mais preventiva, o que beneficia o usuário e as seguradoras

3 – Seguros embedded 

O Brasil possui um grande potencial para a venda de seguros. Assim, ampliar a oferta de soluções por meio de produtos e serviços que se complementam será uma grande tendência para 2023. Pela facilidade tanto no pré quanto no pós-venda, o segurado terá como aliadas a praticidade e a segurança, fatores que atualmente já são realidade e que se potencializarão neste ano.

4 – Digitalização dos corretores, com processo de vendas remotas e uso intensivo de dados

O mundo cada vez mais conectado impactou a dinâmica das vendas de seguros. Não que o papel do corretor tenha diminuído – esse profissional é extremamente valioso, sendo o principal pilar de comercialização de seguros. Porém, com a tecnologia, mudam as ferramentas disponíveis para efetuar as vendas. Com estes avanços, será possível, em 2023, empoderar ainda mais o corretor, que poderá consultar e utilizar remotamente dados de produtos e dos clientes, de maneira muito mais rápida, permitindo, como dito acima, que o produto certo seja ofertado para o consumidor certo no momento certo.

5 – Sustentabilidade (ESG)

A agenda ESG não é apenas mais uma tendência de mercado. A sociedade está cada vez mais interessada em saber de que maneira as instituições investem e monitoram as questões que englobam aspectos socioambientais e climáticos, prezando pela qualidade e transparência das informações. Vale mencionar que o novo perfil de consumidor privilegia companhias verdadeiramente sustentáveis

A preocupação em integrar as questões de sustentabilidade na estratégia para nós não é nova. Um exemplo disso foi o compromisso que firmamos, em 2012, com os quatro Princípios para a Sustentabilidade em Seguros, conhecidos pela sigla em inglês PSI, no qual passamos a integrar uma cadeira no Conselho.

O PSI é um compromisso voluntário estabelecido pela UNEP – FI, que é a sigla, também em inglês, para a Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Esse é o fórum dedicado às questões financeiras que podem impactar o meio ambiente global, e reúne os bancos, as seguradoras e os fundos de investimento. Desde que passamos a integrar o PSI, procuramos acelerar o desenvolvimento de ações que promovam o crescimento sustentável dos negócios de acordo com os princípios vigentes.  Em 2022, demos mais passo na trajetória de evoluirmos em boas práticas ASG ao aderirmos ao TCFD, Força Tarefa para Divulgações Financeiras relacionadas ao Clima que visa fortalecer o compromisso com a agenda climática. Essas e muitas outras ações fazem parte de um processo evolutivo de práticas sustentáveis..

6 – Segurança Cibernética

De acordo com dados da consultoria McKinsey & Company, houve um aumento de 40% de ataques cibernéticos em empresas em 2022. Isso levou ao crescimento de 41,5% na procura por seguros cibernéticos nos primeiros meses do ano passado, segundo estudo da CNseg. Em 2023, esses números tendem a crescer. Por isso, é importante que as empresas e a população invistam em cibersegurança para contarem com uma estratégia efetiva de proteção de dados, com avaliação regular dos sistemas para evitar vazamentos e treinamento de usuários para protegerem seus dados, além, é claro, da contratação de um seguro para que a segurança cibernética seja completa.

7 – Experimentação do metaverso

O metaverso tem um imenso potencial para aprimorar o setor de seguros e o mercado como um todo. Primeiramente como um novo ambiente, onde atuais e potenciais consumidores de seguros irão se relacionar e interagir, havendo oportunidades de branding e distribuição de produtos já existentes. Outro potencial está na cobertura de riscos que irão emergir ou se intensificar na medida em que o metaverso e o universo tecnológico que o acompanha se expandirem e se tornarem cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Há, ainda, um longo caminho do ponto de vista de tecnologia e acessibilidade ao grande público para suportar todo o potencial do metaverso, porém movimentos como o do Facebook – agora Meta – tem contribuído para uma adoção e crescimento acelerado de usuários e de todo o ecossistema relacionado a este novo espaço virtual.  

No setor de seguros, pautas que existem há anos estão sendo aceleradas, como o uso de blockchain, a digitalização de processos, interoperabilidade cadastral, relacionamento omnichannel, embedded Insurance e riscos cibernéticos. Sobre riscos no universo virtual, por exemplo, algumas seguradoras no mundo já têm olhado de maneira diferenciada para riscos relacionados à bullying em redes sociais. Este tipo de cobertura deverá ser ainda mais necessária no metaverso, considerando o grau de imersão e as possibilidades de interação entre diferentes usuários. 

Fabio Dragone é diretor de inovação, CRM e digital do Grupo Bradesco Seguros.

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