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Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul

Varejo brasileiro precisa avançar no comércio fluido

Estudo da KPMG mostra que os consumidores brasileiros ainda gostam de lojas físicas, com uma forte cultura de ida aos shoppings, mas o comércio eletrônico está crescendo 14,3% ao ano

O potencial do Brasil no comércio fluido é enorme, considerando que apresenta forte presença de lojas físicas e uso intenso de mídias sociais. Muitas transações de varejo já são multicanais, com consumidores pesquisando produtos on-line antes de comprá-los nas lojas físicas. Ainda assim as empresas do setor precisam avançar mais no assunto para melhorar a experiência do consumidor e diminuir pontos de fricção. Essas afirmações constam no estudo “Rumo ao comércio fluído – o desafio do comércio centrado no cliente: uma revisão global”, feito pela KPMG. O relatório avalia o cenário atual do comércio em países como Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia e Reino Unido.

O conteúdo destacou também que os consumidores brasileiros ainda gostam de lojas físicas, com uma forte cultura de ida aos shoppings, mas o comércio eletrônico está crescendo rapidamente, a uma taxa de 14,3% ao ano, devendo ultrapassar US$ 200 bilhões até 2026. Outro dado é que a confiança do consumidor brasileiro está em seu nível mais alto desde 2019. Com a queda do desemprego e da inflação, as perspectivas econômicas são encorajadoras; além disso, o ciclo de redução da taxa de juros está apenas começando.

“Confiar em  equipes e departamentos que se comunicam entre si não é mais o bastante, nem  apenas colocar tecnologia e a inteligência artificial na resolução do problema. Os futuros negócios varejistas de sucesso devem abraçar o foco implacável no cliente com uma integração organizacional, para então verificar qual tecnologia que isso requer”, afirmou Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo & Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

O documento também informa que a loja física de varejo ainda é a forma mais importante de fazer compras no Brasil e se tornou um ativo crucial nas estratégias de varejo, oferecendo uma experiência de compra superior em comparação com o comércio eletrônico, na medida em que proporciona aos consumidores a chance de testar produtos e os varejistas treinam funcionários, atuando como embaixadores da marca.

Os caminhos do consumidor

Outra conclusão é que a forma como o consumidor se relaciona com o comércio hoje tem muitos caminhos, estando cada vez menos linear, por isso é importante as empresas estarem presentes em todos os canais e pontos de contato, de forma integrada. Nesse sentido, a loja física ganha um novo papel dentro dessa interação com o cliente. “O Brasil tem uma enorme gama de lojas físicas e muitos usuários de mídias sociais; o país é um dos maiores consumidores mundiais de redes sociais e 67% dos compradores dizem procurar produtos no Instagram”, informou Fernamdo.

Um grande desafio ao comércio brasileiro integralizado citado no estudo é o atendimento ao cliente que mora em locais de difícil acesso, incluindo as regiões rurais e as comunidades sem códigos postais, devido ao enorme tamanho do país e suas diferenças regionais. Como formas de iniciativas para solucionar esse problema, os varejistas estão investindo forte em logística, usando dados e IA para reduzir custos e melhorar a conveniência. Muitos supermercados agora entregam mantimentos em até uma hora em áreas urbanas. Startups já alcançam comunidades sem códigos postais, por meio de técnicas de rastreamento sofisticadas e funcionários locais. As lojas estão sendo cada vez mais usadas como centros de distribuição e pontos de “clique e retire”, nas grandes cidades, houve um aumento de lojas dark stores e dark kitchens, que entregam principalmente refeições para compradores on-line.

“Acreditamos que o varejo está diante de uma terceira onda de disrupção digital. Na era multicanal, os mercados on-line e físico operavam de forma independente, hoje os varejistas começaram a construir pontes para incentivá-los a trabalhar juntos. Com o comércio fluído, estamos agora entrando em uma nova onda evolutiva”, concluiu o executivo.

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