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Varejo não conhece a classe média alta



Embora represente apenas 4% do total da população brasileira, a classe média alta, que detém uma parcela significativa da renda total do país (23%), ainda não dispõe de uma opção de varejo que a satisfaça. Espremida entre o poder de compra crescente da classe média (B/C) e a classe AA, esse consumidor busca um modelo de varejo “inteligente”, que equilibre diferenciação e atendimento personalizado, pagando um preço justo por isso. Essa é a conclusão do estudo “Em busca de um modelo de varejo para a classe média alta”, da TNS InterScience, realizado em maio, na cidade de São Paulo.

 

De acordo com Elizabeth Salmeirão, diretora de Retail & Shopper Insights da TNS InterScience, o desafio do varejo é oferecer produtos e serviços diferenciados a essas pessoas. “Tem que entregar o que elas aspiram e o que cabe no seu bolso”, completa. De acordo com o levantamento, o consumidor de classe média alta pertence às classes A2 (76%) e A1 (24%), tem aproximadamente 36 anos e renda média familiar de R$ 8,3 mil. A amostra é igualmente representada por casados e solteiros economicamente ativos que trabalham fora (72%) em período integral. Quase a totalidade (88%) viaja a cada seis meses para o Brasil (90%) e para exterior (15%).

 

A distribuição dos gastos da classe média alta é bem diferente das populares, que concentram seus gastos em moradia (32%) e alimentação (27%). “Como o peso dos gastos com moradia e alimentação é menor, a distribuição é mais equilibrada, ou seja, gastam mais com vestuário, lazer, educação e viagens”, analisa a especialista.

 

Menos vulnerável ao momento econômico do país e, portanto, com menor risco de endividamento a médio e longo prazo, a classe média alta apresenta menor índice de inadimplência (19%) em comparação às classes mais baixas (42%) e tem hábitos regulares de compra, o que significa, para o comércio, a garantia de vendas mais freqüentes.

 

Poder de compra – Igualmente diferente é a percepção atual da classe média alta sobre seu poder aquisitivo. “O padrão de consumo mudou. Se, por um lado, esse segmento se considera mais pobre que há vinte, trinta anos, por outro reconhece que tem, atualmente, mais opções de consumo e necessita de produtos que não existiam no passado, como celular, tevê por assinatura, internet, eletroeletrônicos e automóveis”, constata.

 

O maior dilema, entretanto, é a sensação de “achatamento”. Espremida entre a classe AA, seu aspiracional, e as classes B/C, que agora consomem mais e têm hábitos mais próximos aos seus, a classe média alta tem a sensação de pertencer a um estrato social mais baixo. “Agora seu maior desafio é lutar para manter o padrão de vida”, observa.

 

De acord com Elizabeth, para se diferenciar das classes mais baixas, esse consumidor busca a exclusividade de produtos e serviços da AA e acesso aos mesmos locais de gastronomia, lazer e cultura, mesmo que para isso tenha que fazer uma certa “ginástica”. Poupa de um lado para gastar no outro, preza as escolhas inteligentes e se desdobra para encontrar o “bacana”ou “o diferente” que caiba no bolso, quebrando os parâmetros de comparação com produtos de luxo.

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