Os consumidores têm buscado, cada vez mais, veracidade e experiência que transcenda a relação puramente comercial
Autor: João Gandolfi
Marcas precisam atuar com sensibilidade, proximidade e escuta ativa. Isso porque uma relação transparente com o consumidor é tão importante quanto a qualidade do produto ou serviço que se está oferecendo. Hoje vivemos na era da experiência, que ativa nosso lado emocional e envolvimento com as marcas, relativizando a vertente meramente racional no comportamento de escolhas, compra e consumo.
Ouvir o consumidor é fator preponderante para ter completa compreensão do que o público quer e precisa, em todas as dimensões. Há uma série de pesquisas que atestam que mais de 90% dessas decisões acontecem de forma rápida e intuitiva. Um outro estudo, do Reclame AQUI, destaca que consumidores (51,2%) não se importariam em pagar mais caro por um produto, desde que tivessem uma experiência de compra melhor com a marca.
A indústria de homecare, de um modo geral, navega com propriedade entre a racionalidade e a emoção. O mercado tem um lado prático sobre funcionalidade e custo e outro, muito importante a ser explorado, sobre sensações e vínculos afetivos.
E, se o vivenciar é fundamental, no mercado de cuidados com a casa, por exemplo, estratégias de conexão com heavy users de produtos e marcas começam a ganhar força, já que há uma profusão de opções nas gôndolas. Grupos de influenciadores não só testam produtos, mas atuam como coprodutores. Não que a formulação de produto X ou Y esteja em cheque, essa parte técnica exige especialização e há Centros de Inovações que trabalham de forma sistemática para que as entregas tenham a qualidade exigida por seus clientes, mas um time de influenciadores é uma aposta no lado emocional e não é raro que a marca escale eles para definir linhas de comunicação sobre os benefícios de seus produtos ou como usá-los no dia a dia, dicas práticas que vão além da compra e venda.
Os consumidores têm, cada vez mais, buscado veracidade no momento de ir às compras e uma experiência que transcenda a relação puramente comercial. Para produtos ligados aos cuidados com bem-estar pessoal e familiar, é praticamente impossível ser 100% racional, tendo em vista o fator emocional inerente aos cuidados pessoais. “Cuidar” do outro e de onde vive faz parte do foro íntimo e é levado em conta na decisão de compra. O equilíbrio é fundamental nessa relação de consumidores com as marcas. O bilhete premiado está aqui, as gôndolas precisam de mais emoção e verdade para manter essa roda promissora girando.
João Gandolfi é head de marketing e trade marketing para home care da Flora.