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FHC comenta atual cenário do Brasil

A menos que a crise internacional se agrave muito, o Brasil não sentirá os efeitos nocivos desse abalo que vitima a economia dos EUA e de alguns países europeus. Essa foi a conclusão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante palestra magna realizada na edição 2011 do Vision, para cerca de 500 executivos, no dia 23 de agosto. O evento, organizado pela Serasa Experian, tem por objetivo compartilhar visões de valor para a decisão de negócios, fundamentadas no conhecimento sobre a relação entre mercado e política. “Temos reservas elevadas”, justificou. “Não vejo uma situação que terá um impacto tão devastador no crédito.”
Para o ex-presidente, as instituições brasileiras estão mais consolidadas que nas crises passadas, o que oferece certa tranquilidade. “Na relação entre poder e mercado, quando o poder se impõe sobre tudo há distorção. Mas quando as instituições são fortes, não deixam que isso aconteça”, disse. “Quando as instituições funcionam, os sensores do mercado também funcionam.” Na sua opinião, a crise européia tomou a proporção atual porque sem coordenação das políticas fiscais e com  a taxa de câmbio fixada pelo BC da Europa há um descompasso. 
Porém, durante a palestra, FHC enfatizou a necessidade de o Brasil investir em produtividade e tecnologia para driblar a queda nas exportações de manufaturas. “Se formos pensar em longo prazo, precisamos de ofertas de emprego de qualidade. E essas vêm dos setores industrial e de serviços. Por isso a exportação de  manufaturas são importantes para o país”, ressalta. “E para manter esse fluxo é necessário aumentar a produtividade do setor, o que significa investir em tecnologia.”
FHC acredita que há um deslumbramento do país por conta dos índices de crescimento econômico. Mas, segundo ele, é preciso ter cautela. “Estamos apaixonados pela capacidade que o Brasil tem de crescer”, afirmou. “Mas a questão é: eu quero um país que cresça sem parar ou um país que cresça com sustentabilidade? Com certeza a Suíça não está entre os países que mais crescem no mundo, mas onde será que é melhor viver?” O ex-presidente foi enfático ao dizer que questões como investimentos em segurança, educação e saúde precisam voltar à pauta de discussões do Governo. “Se quisermos dar um salto qualitativo, vamos ter que escolher onde investir. Temos que formar uma classe média não apenas constituída pela renda, mas sim pela formação social e educacional.”
Para o presidente do Conselho da Febraban, Fábio Barbosa, a redução dos juros passa pela implantação do Cadastro Positivo. Barbosa também foi um dos convidados pela organização do evento para palestra no Vision 2011. Entre os pontos levantados, ele afirmou que o Cadastro Positivo é um dos pilares de crescimento de crédito no país. “Conhecer melhor o cliente é o primeiro passo para se fazer uma avaliação correta e conceder o crédito na medida certa, com o produto adequado”, exemplificou. Porém, o presidente do Conselho da Febraban acredita que o processo de implantação não será imediato, o que pode gerar frustração nos consumidores. “É fundamental ter o Cadastro Positivo. Mas, para funcionar adequadamente e servir a seu propósito, há um prazo.” 
Segundo ele, o cenário atual da economia brasileira está trazendo para o jogo uma boa parte de consumidores. “Estamos notando uma evolução do crédito para pessoas físicas, com a bancarização de uma parcela da população que não estava no processo e com a oferta de crédito ao consumidor. Já o crédito para as Pequenas e Médias Empresas é a carteira que mais cresce . Por último temos os financiamentos de longo prazo para as empresas de infra-estrutura: e esse é nosso grande desafio.” 

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