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O objetivo é sair do vermelho

Depois de um ano economicamente difícil, muitos brasileiros pretendem pagar todas as contas em 2016. É o que apurou o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) que pesquisaram quais são as expectativas e projetos da população para 2016 e apuraram que 36,8% pretendem sair do vermelho, quitando as contas vencidas.
Também são mencionados os desejos de fazer atividade física, 34,3%, comprar ou trocar de carro, com 27,6% das intenções, além de perder peso, 27,5%. O levantamento, que foi realizado em todo o país, mostra ainda que as expectativas em relação à conjuntura econômica do País estão divididas. Para três em cada dez entrevistados, 31,1%, a situação será pior do que no ano passado, contra 37,0% que imaginam que tem esperança de que o ano de 2016 será melhor que 2015.
Entre os consumidores que acreditam na piora do cenário econômico, as principais consequências esperadas são a diminuição das compras, 55,6%, a redução do consumo de produtos supérfluos, 48,4%, aumentando para 59,7% nas classes A e B, e a maior dificuldade de economizar e constituir reserva financeira, 45,4%.
Como medida para superar os problemas decorrentes da crise econômica, a maior parte dos entrevistados menciona a intenção de organizar as contas da casa, 56,3%, seguido da intenção de evitar o uso do cartão de crédito, 36,4%, evitar comprar parcelado, 33,8%, e também pagar a maioria das compras à vista, 32,7%. Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados da pesquisa mostram que ao menos uma parte dos consumidores entende a gravidade da situação e pretende agir ativamente a fim de evitar o desequilíbrio financeiro.
O risco de não conseguir pagar as dívidas também aparece como o maior medo do brasileiro para 2016, 56,9% dos entrevistados citaram, com percentuais maiores entre as mulheres, 61,0%, e as pessoas com 50 anos ou mais, 69,6%. Foram mencionados ainda os problemas de saúde, 54,6%, a possibilidade de serem vítimas de violência, 35,2%, e que o país não saia da crise atual, 27,1%.
Sobre os problemas do país a serem resolvidos em 2016, 42,5% dos brasileiros acredita que o principal deles seja a corrupção, seguida da crise econômica, mencionada por 39,6% dos entrevistados.
Os reflexos da conjuntura econômica e política atingiram os consumidores, oito em cada dez pessoas ouvidas na pesquisa, 79,6%, acreditam que as condições gerais da economia pioraram em 2015 comparado a 2014, sobretudo entre os pertencentes das classes A e B, 83,9%. Outros 15,2% falam que as condições permaneceram as mesmas, e apenas 4,2% acham que a situação melhorou.
Quando perguntados sobre a própria situação financeira, 65,2%dos entrevistados disseram que está pior. Dentre esses, a maioria, 63,7%, justifica sua impressão dizendo que muita coisa aumentou de preço e seu rendimento não acompanhou, e por isso tiveram que diminuir o consumo para manter as contas em dia. Os obstáculos enfrentados pelo consumidor incluem ainda o endividamento, 46,3%, e a diminuição da renda familiar, 42,3%.
Outro reflexo da economia é que, entre os 12,8% dos entrevistados que estão desempregados, seis em cada dez, 61,6%, estão nesta situação há mais de sete meses. E 71% das pessoas têm algum amigo próximo ou familiar que perdeu o emprego nos últimos três meses.
Metade dos entrevistados, 50,8%, teve de abrir mão de muitos itens aos quais tinha acesso. Além disso, o brasileiro precisou mudar alguns hábitos de consumo ao longo do ano, em especial abrindo mão do lazer: 89,4% dos entrevistados tiveram que fazer ajuste no orçamento em 2015. Os itens que mais sofreram corte foram o almoço, jantar e o lanche fora de casa, 68,7%, os produtos supérfluos de supermercado, 65,6%, produtos de vestuário, calçados e acessórios, 60,3%, e bares, casas noturnas e baladas, 57,5%.
Dentre as metas não alcançadas ao longo do ano passado, a mais citada pelos brasileiros foi a de fazer uma grande viagem, 35,0%, seguido de não conseguirem poupar e fazer reserva de dinheiro, 33,0%, comprar um carro, 27,9%, reformar a casa, 26,9%, e também adquirir a casa própria, 20,0%.
Entre os entrevistados, 41,8% ficaram muitos meses no vermelho e cerca de um em cada cinco entrevistados, 22,6%, garante ter ficado com o nome sujo por não ter pagado todas as contas.
Entre os consumidores que possuem contas atrasadas e estão negativados, o vilão foi o cartão de crédito, 64,6% deixaram de pagar ao menos uma parcela, índice que aumenta para 80,8% entre as mulheres. 
Dos brasileiros que têm conta em atraso, 59,6% pretendem limpar o nome nos próximos seis meses. Por outro lado, praticamente quatro em cada dez, 38,1%, pretendem, mas não têm previsão de quando isso será possível. O estudo indica que o valor médio de todas as dívidas dos consumidores inadimplentes, incluindo juros e multas, chega a R$ 11.472, embora seja importante destacar que 42,8% dos entrevistados não sabem quanto devem.

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