A culpa não é da tecnologia



Hoje em dia, muitas empresas estão buscando nas ferramentas tecnológicas a solução de todos os seus problemas. E, pior, só descobrem que elas não o serão depois de tê-las comprado. Trata-se do fator crítico do sucesso: a eficiência. O segredo da eficiência é conhecer todos os nossos processos e em qual, ou quais, necessitamos de uma tecnologia melhor. Sistemas e computadores (ainda hoje) são burros, não têm raciocínio próprio, são escravos dos seres humanos. E, pior, a grande maioria coloca a culpa nestes equipamentos quando algo deu errado. Costumo chamar este tipo de ocorrência (erro) de B.I.O.S. (Bicho Ignorante Operando o Sistema). Ferramentas são equipamentos utilizados para que funcionários executem uma determinada função com maior agilidade e presteza. Sua utilização é resultado de necessidades aparentes deste processo. Caso tenham problemas são apenas sintomas, as causas estão nos processos.

Outro ponto muito importante é quem será o pai desta ferramenta. E quem será o responsável pelo desenvolvimento para atender a necessidade da empresa. Quando a necessidade é só melhorar um processo, este problema é facilmente solucionado e, neste caso, acredito que só precisamos dos famosos departamentos de TI. Mas outras ferramentas interferem diretamente no negócio e na vida de todos os colaboradores e, neste caso, o último responsável pelo desenvolvimento deve ser o departamento de TI. Precisamos de pessoas que conhecem a fundo o negócio e não qual a tecla que eu tenho de apertar. Não tenho nada contra os departamentos de TI, acredito que são excepcionais no que fazem, mas não podemos ser míopes: quem entende do negócio são os outros departamentos, como marketing, vendas e finanças.

Com tudo isso, o segredo para se ter uma ferramenta eficiente (depois de identificada sua necessidade) é que ela tenha vários pais e que seja construída por todos os envolvidos. Se o seu vendedor ainda tem como ferramenta de trabalho somente seu cérebro, ou seja, todas as informações estão somente com ele e não precisam de um software que as armazene, para que a ferramenta? Será vista como um fardo ou até um fiscal do trabalho realizado. O ser humano responde igualmente a estímulos, cabe a cada empresa pensar quais os benefícios do software ao usuário. Uma nova ferramenta mal vendida poderá ser arquivada e deletada. O segredo esta na comunicação de benefícios para os usuários.

Nas grandes empresas, temos várias iniciativas departamentais por melhoria nas ferramentas tecnológicas e daí começa a formar a grande colcha de retalhos, isso poderia ser evitado se, antes da compra, existisse um estudo sobre a obrigatoriedade de o software ser compatível com os sistemas já existentes. Resultado: depois de um tempo as interações não são possíveis, os investimentos foram perdidos e a tecnologia acaba pagando o pato.

Além da interação entre os sistemas outro fator, muitas vezes deixado em segundo plano, pode interferir ainda mais no resultado: a capacidade de seus equipamentos atuais em rodar os novos sistemas. Nem sempre aquele 486 pode suportar seu Windows Vista.

Marcos Fabio Mazza da Syngenta Proteção de Cultivos. ([email protected])

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