Apesar de serem recentes no País as discussões sobre gestão e qualidade da informação se tornam cada vez mais intensas, isso porque a revolução dos dados está acontecendo agora. Para colocar esse fenômeno no centro das discussões, a 3ª Conferência Internacional em Qualidade da Informação, promovida pela QIBras, reuniu especialistas e profissionais da área de dados e tecnologia no último dia 30, em São Paulo.
O fenômeno do Big Data
Novas formas de combinar dados são essenciais para se ter qualidade – é o que afirma o professor Stuart Mandick, diretor do Grupo de Tecnologia da Informação e do Programa de Qualidade de Dados do MIT, Massachusetts Institute of Technology. “Big Data não é apenas quantitativo e qualitativo, mas novas categorias de combinação de dados”, explica. Ele associa ao tema da conferência o conceito de inteligência coletiva implícita, que é uma forma de se descobrir informações através do comportamento das pessoas. “Imagine ter um questionário extenso sobre determinado assunto – ninguém vai responder. Em contrapartida, se a empresa possui tecnologia para captar e cruzar esses dados poderá conhecer as pessoas e prever comportamentos, ações ou descobrir doenças antes mesmo dos médicos”, justifica Mandick.
Tratando-se da qualidade de dados, aspectos como precisão, adequação e uniformidade, além de ser completo e crível, vêm à tona como fatores primordiais para se chegar aos resultados positivos, ressalta Mandick. “Há dezenas de tipos de fontes de dados que nos permitem saber o que as pessoas estão fazendo e o que elas estão pensando”. Mas, é a capacidade humana de ligar informações que aumenta o poder de decisão e gera segurança tanto para empresas quanto para o cliente, acrescenta Hermes Freitas, gestor de estratégia e inovação da Inteligência de Negócios, uma das associadas da QIBras. “Mais do que isso, o Big Data, relacionado ao volume de informações, pode significar a ruptura do negócio”, aponta Mario Faria, CDO da Boa Vista Serviços, acrescentando que Big Data é sinônimo do comportamento humano.
Gestão para comandar os dados
Para gerir essa área da empresa, surge um novo profissional, o CDO, Chief Data Officer. “O CDO pode chegar ao CEO para dizer ´nós vamos quebrar´ e explicar o porquê a partir de dados. A qualidade de dados funciona, nesse sentido, como apoio estratégico, mas o CDO deve estabelecer a governança de dados, definir padrões e fazer funcionar as políticas no negócio como todo” enfatiza Richard Wang, diretor do Programa de Qualidade da Informação do MIT, Massachusetts Institute of Technology.
É o chefe da governança dos dados quem fornece uma boa comunicação entre as pessoas e as máquinas, complementa Joseph Bugajski, vice-presidente de pesquisa do Gartner. “Para ser um CDO, é preciso ser um bom executivo de negócios e assegurar que as informações e fontes de dados sejam colocadas para o bom uso, entregando informações de alta qualidade”. Contudo, “não basta apenas ter dados com qualidade, o receptor precisa saber transformar a informação em ação”, reforça e finaliza Freitas, da Inteligência de Negócios.