A inteligência na Web 2.0



De tempos em tempos, a indústria de tecnologia de informação elege alguns temas para intensa divulgação no mercado. É curioso, mas esse movimento não envolve apenas os fabricantes, mas também analistas especializados, imprensa e mesmo potenciais consumidores. Nesse momento, Web 2.0 é uma expressão que a maior parte das pessoas, pelo menos, já ouviu falar.

O termo foi cunhado em 2004, durante uma conferência organizada pela O´Reilly. Hoje, já se sabe que Web 2.0 não é uma tecnologia, mas uma filosofia de criar aplicações na internet que sejam mais simples, interativas e agradáveis para o usuário final. Como conseqüência, espera-se que as pessoas consigam ser mais auto-suficientes na sua utilização dos sistemas informatizados.

Três características têm sido marcantes nesse novo paradigma: a primeira é o “Faça você mesmo”, que permite experiências mais ricas para o usuário e desenvolvimento mais leve. O conceito do “Faça você mesmo” vem ganhando embalo desde a explosão dos blogs e wikis, com particular destaque para a Wikipédia. Em um artigo da Fast Company, Alan Deutschmann revelou que, somente em outubro de 2006, a Wikipédia teve mais de 165 milhões de visitantes únicos, sendo que 75 mil deles editaram pelo menos 5 artigos! A incorporação de tecnologias de busca ao ambiente corporativo também está relacionada ao aumento da autonomia do usuário final.

Junte também as experiências mais ricas, traduzidas pelo acrônimo RIA – Rich Internet Applications, estão relacionadas a conceder ao usuário a impressão de usar uma tradicional aplicação desktop, quando, na verdade, está no ambiente Web. Tecnicamente, não há mais aquela sensação de páginas sendo recarregadas, ou seja, de que algo está sendo trazido do mundo exterior para o navegador Internet. A idéia é o usuário ter a impressão de que toda a aplicação e conteúdo estejam em seu próprio dispositivo de navegação, seja ele um computador, um telefone celular ou um PDA.

Finalmente, modelos mais leves de desenvolvimento envolvem tanto linguagens tradicionais de scripting (como PHP) até o conceito de mashups, ou seja, servidores de conteúdo que conseguem reunir vários tipos de dados, tanto estruturados quanto desestruturados, em uma única apresentação integrada.

Mas o que tudo isso tem a ver com a área de Inteligência de Mercado? Simples: a Web 2.0 traz a possibilidade de uma nova experiência de consumo das informações geradas pela Inteligência de Mercado.

Para análises competitivas, o uso de mashups pode fazer a diferença. É possível programar integrações que sejam capazes de varrer fontes de informações na web, de forma automática, gerando portais com informações constantemente atualizadas sobre os players do seu mercado. O mesmo mecanismo pode ser usado para captar dados internos e externos sobre clientes e fornecedores, gerar alarmes e outros recursos de monitoramento do ambiente que são fundamentais para o sucesso da iniciativa de IM.

Aumentar a participação dos usuários de informações de mercado por meio de blogs ou wikis é uma maneira de dar mais propriedade às pessoas, o que certamente traz maior motivação e oxigena permanentemente os métodos usados para análise de mercado.

Outro aspecto relevante é a inclusão de tecnologias de busca corporativa. Estima-se que 70% a 80% do conteúdo de uma organização seja não-estruturado, ou seja, que ele está fora dos bancos de dados e sistemas tradicionais, espalhado em milhões de documentos, planilhas e apresentações. Abrir todo esse conteúdo e correlacioná-lo com as informações de Inteligência de Mercado pode ser um diferencial na qualidade da tomada de decisão.

Mãos à obra!

Leonardo Vieiralves Azevedo é presidente da WG Systems, tecnologia para tomada de decisão. E-mail: [email protected]

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