Chubb planeja dobrar em cinco anos



Nos próximos cinco anos, a Chubb Seguros deve dobrar o faturamento, chegando a R$ 1,5 bilhão. Este é o principal objetivo do plano quinquenal que está sendo costurado pelo economista e presidente da empresa no Brasil, Acacio Queiroz.  Durante convenção de vendas realizada no hotel fazenda Dona Carolina, próximo de Bragança Paulista (SP), onde reuniu mais de 40 executivos de 40 centrais de negócios representantes da Chubb, e que agregam perto de 10 mil corretores, Acacio fez uma apresentação estratégica de perspectiva econômica global e inseriu, no cenário, o posicionamento do Brasil e da própria empresa, com argumentos consistentes para justificar o planejamento da organização.

Hoje, a principal linha da Chubb, a Personal Lines, que representa cerca de 40% dos negócios (R$ 315 milhões) da companhia, é uma das que mais deve crescer, sustentando o seu planejamento, chegando a R$ 700 milhões, mais que o dobro do faturamento atual. Para cumprir a meta, o plano é ampliar a forte atuação do sul, sudeste e centro-oeste e chegar ao norte e nordeste, onde sua presença é tímida, segundo o próprio posicionamento estratégico de seguradora para segmento de alto poder aquisitivo. “Vamos expandir”, justifica o curitibano Acacio. E essa expansão significa principalmente geográfica.

Mas, o exercício interno da companhia é melhorar processos e a relação com clientes, para elevar em cerca de 5% o atual índice de renovação, estimado em 80%. Apenas as centrais de negócios, cujos representantes do país estavam reunidos na convenção, respondem por 33% desse valor. O esforço comercial porém está direcionado à nova geração de brasileiros que, com o aumento da riqueza, passa a adquirir carros de luxo. “O aumento da renda do brasileiro traz cada vez mais gente para o nosso nicho de mercado”, argumenta Acacio. Pela apresentação econômica, ele reforça que o PIB brasileiro deve pular dos atuais R$ 1 trilhão para R$ 2,5 trilhões, nos próximos anos, amparando sua estratégia. “É só analisar as estatísticas para identificar que a importação de veículos está crescendo em progressão geométrica”, destaca.

O segmento de riscos financeiros deve impulsionar o crescimento do faturamento da companhia dos atuais R$ 25 milhões para R$ 45 milhões, no quinquênio. “Se a economia vai para frente, aumentam os riscos por necessidade de expansão do varejo, a indústira tem que aumentar a circulação de mercadorias, aumentam as carteiras de transporte, o seguro de importação, criando um ciclo de estímulo à atividade econômica em sequência. E todos os fundamentos positivos são canalizados para o mercado de seguros”, avalia Acacio ao justificar a expectativa de crescimento do segmento. “Cada vez mais os executivos (focado em níveis de diretores) estão preocupados com garantia, aumentando a demanda. E vai aumentar inclusive seguro de garantia de entrega, por exemplo, de obras. É a garantia ao tomador de que vai receber na época certa”, explica.

No segmento de massificados, que inclui Personal Line e Vida e responde por R$ 162 milhões do faturamento atual, o planejamento é praticamente dobrar, chegando a R$ 315 milhões. Existem principalmente duas justificativas para essa expansão, de acordo com Acacio. O massificado como varejo, por si só, vai apresentar crecimento, como reflexo da expansão econômica, trazendo consigo a expansão da utilização de cartões de crédito. A expectativa é ampliar o mercado de cartões em mais 20 milhões nos próximos anos. Eles trazem ainda a expansão dos seguros residenciais, de desemprego, proteção financeira e garantia.  Existe ainda um outro ingrediente, a preocupação com acidentes pessoais.

DESAFIOS
Mas para ocupar o espaço de crescimento projetado pela companhia, Acacio identifica uma dificuldade que a própria atividade pode encontrar: a falta de pessoal especializado para suportar o crescimento. Para crescer os 10% planejados para este ano, a saída para a Chubb, que espelha a realidade do mercado, será “formar cérebro. Temos que preparar pessoal”, salienta.  O próprio perfil profissional deve mudar em função de uma nova realidade da atividade, propiciada pelo crescimento previsto para os próximos anos. A área de seguros vai se sofisticar ainda mais, exigindo profissionais cada vez mais preparados. Para atender essa demanda, Acacio demonstra o desejo de trazer para o país o modelo americano da Universidade Chubb e passar a formar não mais corretores, mas consultores. Mas com proposta de abri-la ao mercado, ao contrário dos EUA, onde é focada na capacitação de funcionários. “É difícil formar. Transformando-se em um conhecedor desta nova realidade do mercado, ele passa a ter condições de vender muito mais por ser o elo com o cliente”.

Os termômetros de informações de clientes, tanto para identificar problemas, realinhar processos e otimizar negócios, são reconhecidos por Acacio como a central de atendimento aos clientes e a área de sinistros. “O estímulo a estas áreas nos permite obter a percepção do cliente. Sabemos realmente o que ´pega´. No caso do cliente, ele só conhece uma empresa de seguro quando ocorrer um sinistro, não exatamente quando está procurando um seguro e faz a opção por preço. Aí temos diferenciais que ninguém oferece. O cliente pode levar o carro aonde quiser, um diferencial que tem um custo maior para a empresa, mas é diferencial para o cliente”, reforça . Por apostar nestes diferenciais, o presidente da empresa adianta que está promovendo mudanças na área de sinistro.

 

RESULTADO Desempenho da Chubb no Brasil

 
































Carteira


Como foi 2009*


Como será 2014*


Ramos Elementares


258 milhões


400 milhões


Linhas Pessoais


315 milhões


700 milhões


Vida e AP


162 milhões


315 milhões


Riscos Financeiros


25 milhões


45 milhões


Aeronáutico


20 milhões


40 milhões


Total


R$ 790 milhões


R$ 1,5 bilhão

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