Dentre as diversas vantagens que o mundo globalizado tem proporcionado às empresas está o fato de que as distâncias foram reduzidas. Tudo agora está conectado. Porém, se nos dias de hoje parece algo normal, na década de 80 o cenário era um pouco diferente, com grandes barreiras entre os países. Foi nesse período, mais exatamente em 1987, que algumas empresas de gestão de crédito e agências de cobrança se uniram para criar o Total Credit Management Group para combater o aumento de custos pendentes a receber no comércio internacional. Com um modelo que ainda é considerado inovador, o TCM Group nasceu para facilitar a cobrança internacional de dívidas, ao criar uma rede de empresas globais com atuação independente em seus países, vencendo assim desafios legislativos, culturais e logísticos complexos. “Trabalhamos em parceria, porque acreditamos que uma cobertura global sem presença local não é efetiva”, conta Hubert Czapinski, chairman do TCM Group.
Essa forma de atuação deu tão certa que já são cerca de 40 acionistas e 120 agências prestadoras de serviços, cobrindo 155 países, incluindo o Brasil, por meio da Way Back. O chairman explica que o fato do TCM Group ser uma rede de empresas independentes torna a atuação mais flexível, permitindo se adaptar facilmente para cada situação. “Trocamos cobranças entre os membros do grupo e trabalhamos juntos, como se fossemos uma família.” Em entrevista à Revista ClienteSA, Czapinski explica os diferenciais desse modelo, suas vantagens e oportunidades, além de comentar sobre a atuação no Brasil.
Quem é o TCM Group?
Somos uma rede independente de empresas de cobrança de débitos com escritórios locais espalhados por todo o mundo. Fundado em 1987, o grupo é único nesse modelo. Temos cerca de 40 acionistas e 120 agências prestadoras de serviços, o que faz com que a gente cubra quase 160 países. Trabalhamos em parceria, porque acreditamos que uma cobertura global sem presença local não é efetiva, o que nos faz procurar entregar o melhor possível do nosso trabalho a um preço razoável. Hoje, trabalhamos para grandes bancos, seguradoras e fornecedoras de serviços, como também com pequenos exportadores e importadores e clientes individuais. Oferecemos uma vasta gama de soluções diferentes para todos os clientes possíveis, mas, principalmente, aceitamos todos os possíveis casos de processo de cobrança de dívida. Além disso, temos muitos parceiros valiosos em vários lugares, como a Way Back, que é a TCM Brasil.
Qual é o principal diferencial?
O fato de sermos uma rede de empresas independentes nos torna mais flexíveis do que companhias que oferecem trabalhos com padrões mais ou menos unificados. Essa flexibilidade permite nos adaptarmos facilmente para cada situação dos nossos clientes. Processo esse que não pode ser feito em outras grandes companhias. Tentamos nos desenvolver em uma direção um pouco diferente. Procuramos por parceiros extremamente confiáveis nos lugares que vamos. Essa é a nossa vantagem, pois podemos escolher se devemos colaborar com essa ou aquela empresa. Para isso, avaliamos quem nos oferece as maiores e melhores qualidades. Nosso objetivo é oferecer aos nossos clientes a melhor qualidade e garanti-la em qualquer país. Colaboramos com, por exemplo, o Alibaba e a Sinosure. Com o primeiro, temos que trabalhar de acordo com os padrões internacionais, existente nos diferentes países. Já com o Sinosure, trabalhamos com padrões da Europa. Assim, procuramos sempre garantir o mesmo alto padrão nos mais diversos lugares. Outra meta é crescer e ter portfólio com grandes agências exportadoras de crédito no mundo e com os maiores clientes.
Na prática, como funciona a cobrança internacional?
Trocamos cobranças entre os membros do grupo e trabalhamos juntos, como se fossemos uma família. Os membros acabam se encontrando frequentemente para a realização de reuniões e trocas de ideias. O resultado é que confiamos um no outro, fazendo com que o trabalho seja muito mais fácil. No caso de devedores e credores brasileiros tiverem problemas no exterior, eles irão entrar em contato com o membro do Grupo TCM do Brasil, a Way Back, que passará esse cliente para o parceiro do país em será preciso cobrar.
Como se dá essa parceria?
Cada membro do TCM Group é também um acionista, o que é importante, pois podemos decidir, todos juntos, quais caminhos seguir, se devemos ter mais membros nos Estados Unidos ou na Ásia. Esse é outro grande diferencial estratégico.
Como se dá a escolha dessas empresas?
Essa é uma grande questão para nós, pois procuramos ter parceiros fiéis. Como pertencemos a muitas associações e colaboramos com vários clientes, empresas e agências de cobrança, sabemos, depois de 25 anos de cooperação internacional, se certa companhia é ou não confiável.
Quais as oportunidades nesse modelo?
Negociações internacionais possuem um grande potencial, por isso investimos conhecimento, dinheiro e força nesse modelo. Acreditamos que é possível ser a melhor solução no mundo para esse tipo de cobrança. No entanto, é importante ressaltar que os negócios internacionais são apenas uma pequena porcentagem de todas as cobranças domésticas, mas que irá crescer e se tornar mais importante para todos.
Como se deu o interesse em vir para o Brasil?
O mercado brasileiro é enorme, com grandes oportunidades, sendo um dos mais importantes do mundo. Tínhamos que estar presente aqui. E a Way Back foi a resposta para as nossas perguntas. Ela entrou para o TCM Group em 2003 e, imediatamente, se tornou uma operação importante dentro do grupo.
Qual a importância dessa operação?
Há muito potencial na Rússia, China, Índia e também no Brasil. Com isso, temos que estar presentes nesses países, apoiando os membros desses lugares. Acreditamos que é possível atingir nossos objetivos nesses países. Nossa estratégia para os próximos anos inclui algumas metas e uma dela é ser a empresa líder em cobrança no Brasil. Gostaríamos de ser, e esperamos ser, o parceiro mais importante para o Brasil na questão de cobrança de dívida internacional.
O Sr. vê algum risco da economia brasileira mudar esse quadro?
O mercado é enorme, assim como muito forte, se comparado com mercados menores da Europa, como a Polônia, a Bélgica ou a Islândia. Porém, infelizmente, prevemos que uma crise logo apareça, por conta dos problemas internos e dos países vizinhos. De qualquer forma, é um processo típico. Às vezes temos bons anos, outras vezes momentos de crises. O importante é que, quando chegar, esperamos poder ajudar o país, sua economia, seus bancos e seguradoras a enfrentarem esse período.