As melhores práticas para as empresas de recuperação de crédito e análises do mercado de crédito no Brasil foram o pano de fundo do III Congresso Nacional de Recuperação de Crédito, realizado pela Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito, a Aserc. Foram debatidos temas como: legislação trabalhista, estruturação das empresas recuperadoras de crédito, gestão de recursos humanos, boas práticas, tecnologia, cobrança pública, cenário internacional, cadastro e gerenciamento de informações. A abordagem sobre o cenário internacional foi a novidade desta edição. “Devido à retomada de investimentos no Brasil há a percepção que o mercado de recuperação de crédito possuirá várias facetas de investimentos e trabalhos a serem realizados internacionalmente”, afirma José Roberto Romeu Roque, presidente da Aserc.
Eustáquio G. dos Reis, presidente do Sindicato das Empresas de Cobrança do Estado de Minas Gerais, o Secobe MG, diz que a sustentabilidade empresarial do setor de recuperação de crédito depende de uma ação conjunta. Para Reis, o sindicato é um “movimento social que depende da participação de todas as empresas”.
Eustáquio G. dos Reis, presidente do Sindicato das Empresas de Cobrança do Estado de Minas Gerais, o Secobe MG, diz que a sustentabilidade empresarial do setor de recuperação de crédito depende de uma ação conjunta. Para Reis, o sindicato é um “movimento social que depende da participação de todas as empresas”.
“O alvo da gestão de pessoas deve ser perseguido antes, durante e após a vida organizacional”, afirma Marcos Simões, diretor da RH Fácil. Segundo Simões, os funcionários esperam de seus líderes um relacionamento diferente e uma gestão participativa – exigida, principalmente, pelos jovens da Geração Y. A gestão de pessoas também deve transbordar a área de RH, tornando-se responsabilidade compartilhada e integrada em toda a empresa. Nesse cenário, as lideranças têm papel crucial na administração dos funcionários. O executivo propõe o conceito de Gestão Total do RH, cujo ponto de partida é conhecer os colaboradores. “Nada substitui indicadores como o grau de satisfação dos clientes internos e externos, e a maximização de recursos materiais e humanos”, conclui.
Além do capital humano, a tecnologia também é outro pilar das empresas de recuperação de crédito. “Não existe a possibilidade de trabalhar sem um sistema, porque ele integra o credor, a empresa de recuperação e o inadimplente”, afirma Valter G. Nogueira Jr., gerente de desenvolvimento da Totalsys. Segundo o executivo, a tecnologia permite a troca de dados com o credor, execução de cálculos e regras de negociação, distribuição de carteiras para o callcenter, emissão de cartas-boleto, conciliação automática dos boletos, higienização de dados através de birôs, prestação de contas e cálculo de comissão, e o uso de canais alternativos de comunicação como SMS, e-mail e fax. Nogueira Jr. defende que essa área deve ser terceirizada, pois assim evita que os sistemas tornem-se obsoletos e dilui os riscos no caso dos sistemas falharem. Um risco alto, pois, de acordo com o executivo, 85% dos projetos falham.
Mercado
Outsourcing também foi um tema abordado por Luiz Felizardo Barroso, advogado e presidente da Cobrart, que defende a terceirização amigável da cobrança da dívida pública. Apesar das opiniões contrárias, o advogado afirma que “a solução é eminentemente factível e nobre, por se tratar do enchimento dos cofres públicos, de modo mais célere e econômico, dentro da perspectiva do Estado Moderno de se socorrer e do concurso de entidades privadas que o auxiliam a cumprir, fielmente, seu papel constitucional”, afirma. Segundo Barroso, a União possui dívida ativa de cerca de R$ 643 bilhões e não consegue receber anualmente nem 2% desde valor.
Outsourcing também foi um tema abordado por Luiz Felizardo Barroso, advogado e presidente da Cobrart, que defende a terceirização amigável da cobrança da dívida pública. Apesar das opiniões contrárias, o advogado afirma que “a solução é eminentemente factível e nobre, por se tratar do enchimento dos cofres públicos, de modo mais célere e econômico, dentro da perspectiva do Estado Moderno de se socorrer e do concurso de entidades privadas que o auxiliam a cumprir, fielmente, seu papel constitucional”, afirma. Segundo Barroso, a União possui dívida ativa de cerca de R$ 643 bilhões e não consegue receber anualmente nem 2% desde valor.
“Riscos podem esconder grandes oportunidades”, diz Jefferson Frauches, diretor adjunto de relações internacionais da Aserc e diretor da TCM Group para as Américas. É o caso das exportações, que envolvem altos riscos, mas podem guardar bons resultados. Frauches afirma que o Brasil é um país fechado para o mundo e que o índice de mortalidade nas exportações é de 70%. O principal motivo é a dificuldade de receber pelas vendas, decorrente do “profundo desconhecimento das formas de pagamento utilizadas no meio internacional pelos empresários brasileiros”, explica. Para gerenciar esse risco, o executivo dá algumas dicas: uso de informações comerciais, referências de mercado, credit scoring e seguro de crédito. A aliança com instituições globais é outro ponto importante, a exemplo da Aserc, que está presente em 198 países e oferece um escopo de serviços para ajudar as empresas exportadoras.
Ainda sobre a recuperação de crédito internacional, de acordo com Roque, os debates do Congresso mostram a necessidade de “formalização adequada de contratos, política efetiva de gerenciamento e acompanhamento de riscos de crédito no mercado globalizado, e fortalecimento de empresas profissionais que atuam em sistemas de informação e recuperação de crédito nesse segmento”, diz.
Para Salvatore Milanese, partner da Kpmg no Brasil, a “inadimplência ainda não é tratada com abordagem estratégica pelos originadores”. Milanese afirma que a carteira de crédito problemática pode ser uma oportunidade para as agências de cobrança no processo de terceirização. Eduardo Ramalho, diretor comercial da Experian Marketing Services, diz que a inadimplência no Brasil ainda é grande – mais alta, inclusive, do que nos países que mais sofreram com a crise mundial. Ramalho ressalta que restrição de crédito não é o melhor caminho, e sim, diminuir os juros que o consumidor paga, reduzir os componentes de custo do empréstimo e conceder melhor o crédito com base em informações positivas. O executivo também defende o cadastro positivo como boa solução. A higienização dos cadastros é importante para evitar perdas. “Estima-se que as empresas americanas tenham prejuízo de US$ 600 bi devido à desatualização de dados”, exemplifica.