O fim do empurra-empurra?



Calma. Ninguém aqui está advogando a retirada do magnífico Monumento às Bandeiras, uma das obras primas de Brecheret, fincado na entrada do Parque do Ibirapuera.

 

Nosso querido “empurra-empurra” (para quem não é de São Paulo, o apelido, popular e carinhoso, deve-se ao fato de se tratar de um grupo escultórico em que a maioria das figuras, bandeirantes e índios, empurraram um barco na direção do futuro) vai continuar lá, imponente e altaneiro, um dos pontos esteticamente altos da paulicéia desvairada.

 

O que está entregando os pontos, aparentemente, é o uso de estratégias de marketing do tipo “push-out”, ou seja, comunicações de mão única, monólogos e vozes de comando, coisas bem típicas do marketing que imperou no século passado. Entramos com fé e orgulho na Era do “Pull-In”, comunicação de dupla via, diálogo, o consumidor “puxando” o produto seja lá de que forma for.

 

Através de estratégias de “search engine marketing”, por exemplo. Considerada inicialmente uma ferramenta exclusiva de quem faz negócios on-line, essa disciplina cresceu muito nos últimos anos e começa a ser utilizada praticamente por todas as empresas de todos os segmentos de negócio.

 

Entre as estratégias mais utilizadas e bem-sucedidas, destacaríamos:

 

Otimização de websites – Aperfeiçoamento da estrutura e do conteúdo de um site, otimizando não apenas o texto, mas as imagens, os vídeos, os documentos (uso de PDF, por exemplo) e quaisquer outras formas de conteúdo. O objetivo é facilitar a busca natural, aparecendo em posição destacada quando o usuário faz buscas em sites como Google, Yahoo, etc.

 

Palavras Patrocinadas – O sistema mais conhecido é o do Google, com seu AdWords. Você “aluga” uma lista de palavras e o seu anúncio vai aparecer sempre que alguém efetuar uma busca com aquela palavra ou na qual aquela palavra apareça. O modelo de negócio costuma ser “pay-per-click”: você paga quando o usuário clica no seu anúncio e vai até o seu werbsite.

 

Social Media Optimization – A promoção de idéias e conteúdos em comunidades online com a intenção de que sejam divulgadas viralmente. Inclui o uso de vídeo em websites do tipo YouTube, em sites de bookmarking tipo Del.icio.us e Digg, em comunidades como Orkut e MySpace.

 

Blogs – É uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas empresas, tendo-se tornado mais efetiva comercialmente com o surgimento de buscas especializadas, como Technorati.

 

RSS e outras ferramentas de agregação – Uma tendência importante a considerar é a crescente irrelevância das home pages. Cada vez mais, os usuários vão direto aos conteúdos. Uma saída é a distribuição de ferramentas interativas – simuladores, calculadoras, etc. – que estimulam a interatividade e trabalham realmente em duas vias, oferecendo conteúdo relevante para o usuário e obtendo informação pertinente sobre esse usuário.

 

Enfim, as tendências estão aí. Se você continua simplesmente “empurrando” publicidade no seu consumidor, pode vir a ter algumas surpresas desagradáveis em um futuro próximo.

 

Até a próxima.

 

Fernando Guimarães é diretor de Criação da Synapsys Marketing & Media e desenvolve soluções criativas que envolvem geração de conteúdo e estratégias de relacionamento. Email: [email protected]

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